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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014







2015 está chegando de cara nova!!!!!!

Mudamos nossa página, estamos de roupa nova, mas o conteúdo que você gosta continua o mesmo!

Ano novo, logo nova! E muito mais conteúdos interessantes!

Continue nos seguindo!!!

terça-feira, 7 de outubro de 2014

Adolescentes e seus Ídolos!





Muito comum entre adolescentes é a adoração a algum artista, cantor ou banda. Por meio dessa escolha, eles até se agrupam para formar os fã clubes, que servem para trocar informações e a paixão por determinado personagem da TV, cinema ou música. Vemos esses adolescentes colecionarem fotos, artigos de revista, fazerem pastas com essas informações e guardá-las como relíquias, escrever cartas quilométricas e fazer loucuras para entregá-las. 
E o que dizer daqueles que se emocionam e chegam aos prantos em aeroportos, à espera de seus “ídolos”? Deixam, às vezes, de comprar algo de que realmente necessitam, para adquirir o recente lançamento ou o ingresso para um show, ocasião em que serão espremidos, destratados, acotovelados, inclusive correndo risco de vida em meio a uma multidão em transe. Mesmo assim, os fãs continuam espalhando aos quatro cantos que “amam” artistas com os quais não têm nenhuma intimidade, muito menos motivos para amar. Mas, de onde vêm esses sentimentos desenfreados?
O ser humano tem a necessidade inconsciente de criar e sustentar ídolos, para melhor viver ou, ao menos, sobreviver. Quando criança, a necessidade de liberdade e autonomia faz com que sonhemos com o dia em que estaremos livres das imposições de nossos pais e da sociedade. E transferimos nossos desejos para algum super-herói do momento, ou talvez, algum personagem de contos de fadas que atravessam os tempos. No início da adolescência, isso muda. Apesar de ainda sonhar com a liberdade, há uma briga interna entre corpo e mente em transformação, o que faz com que esse adolescente se inspire em ídolos de carne e osso, mas que, protegidos pelo escudo da fama, sejam intocáveis e, portanto, não lhes causem mal, uma vez que, nesta fase, há uma fragilidade maior e qualquer mágoa é desestruturante. Dessa forma, pode-se amar de forma plena, com uma entrega total, sem correr o risco do abandono. Afinal, na imaginação, o ídolo age e reage da forma como estipulamos e jamais trairá ou abandonará, pois quem está no comando da relação é quem o cria/imagina.
Na passagem da adolescência para a juventude, o normal é começar a construir uma relação mais verdadeira. Então, passa-se a flertar, “ficar”, namorar, e aí vêm as primeiras decepções com a realidade. Então, segue a vida, consumindo revistas de fofocas televisivas ou fotos sensuais, vivendo as cenas de um filme como se fizessem parte da vida real. E a vida real? Esta pode esperar ou até acontecer em paralelo, desde que não atrapalhe a fantasia.
Podemos entender a fuga da realidade como uma tentativa de amenizar a frustração, ou seja, diante de algo que não gostamos, ou não nos satisfaz, procuramos algo que, apesar de ilusório, nos agrada. Deparamo-nos então com a velha batalha entre o princípio da realidade e o princípio do prazer. Freud demonstrou que tanto os sonhos quanto as fantasias são processos visando avaliar a angústia.
A grande realidade é que tanto o público quanto os artistas seguem inconscientes desse jogo estabelecido em função da fama. A relação intocável firmada entre os dois parece ultrapassar o tempo; mudam os ídolos e o público, mas a relação continua a mesma. Provavelmente nunca mude. É o círculo da mente humana que se adapta à fantasia da época e segue sua fuga desenfreada das frustrações reais!
*Ada Melo é psicóloga formada pela PUC Minas em 2010 e especialista MBA pela UNA em 2012. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve às terças sobre infância e adolescência. Atua nas áreas clinica e organizacional pela abordagem psicanalítica. Leitura e cinema são seus maiores hobbies.
E-mail: ada_psique@yahoo.com.br

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Conhecendo mais a alienação parental



Muito se tem discutido sobre a Síndrome da Alienação Parental, que é um dos mais nocivos processos que uma criança pode sofrer em seu desenvolvimento psíquico e afetivo.
Em 1985, o psiquiatra norte-americano Richard Gardner descreveu e batizou de Síndrome da Alienação Parental (SAP) o processo pelo qual um dos genitores desqualifica o outro, buscando alienar a criança, tendo como objetivo o afastamento e o desencadeamento de afetos negativos do filho para com o outro genitor.
Nos últimos anos, vários debates que dizem respeito às situações descritas por Gardner vêm brotando, principalmente entre psicoterapeutas e no meio jurídico brasileiro, trazendo à tona os efeitos da SAP. Para muitos alienados, a discussão representa um alento em uma discursão que pode ser descrita como uma das mais dolorosas experiências afetivas que um ser humano pode experimentar: o impedimento (respaldado pela justiça) de qualquer contato com os filhos.
A alienação parental é um recurso que o indivíduo utiliza para induzir a criança a mudar a percepção dela em relação ao seu genitor. Porém, podemos dizer que este recurso só atinge o objetivo quando a criança passa a contribuir para agravar a situação. Aí sim, se caracteriza a síndrome, que vem acompanhada de um conjunto de sintomas, entre eles as mudanças de afetos e a capacidade de exprimir emoções falsas, pois, ao repetir a história para delegado, psicólogo e outros profissionais, as crianças começam automaticamente a gerar falsas memórias e elas mesmas passam a acreditar nas histórias que foram criadas.
Após a separação é normal que o genitor que ficou com a criança, ou em caso de guarda compartilhada, qualquer um dos dois, enxerga os filhos como uma arma a ser usada contra o outro genitor. São pequenas ações que vão interferindo na relação entre filho e o genitor vítima. Excluir o outro da vida dos filhos e denegrir a imagem dele são as ações mais comuns realizadas por pais que tentam ganhar seus filhos como aliados de uma forma não saudável, deixando de lado a importância da função do outro genitor proposta por Freud, paterna ou materna, na vida da criança, com sua subjetividade em construção.
Não comunicar ao outro genitor a rotina da criança, como uma consulta ao médico ou um passeio da escola; tomar decisões sobre a vida do filho sem consultar o ex-cônjuge; transmitir ao filho desagrado por ele estar em contado com o outro genitor; organizar atividades para o dia de visitas, com o objetivo de torná-las desinteressantes, e controlar excessivamente os horários de visita. Difamar seu antigo companheiro a parentes e amigos também influem nesse processo. Afetar indiretamente geralmente é o primeiro passo para que se instale no infante a Síndrome da Alienação Parental.
O provedor alienante busca também afetar diretamente a criança, de modo a criar em seus filhos aversão ao outro provedor. Alguns exemplos de ações alienantes são: obrigar a criança a optar entre ele e o outro, coagindo-a a escolher um lado definitivo; recordar a criança de fatos em que o outro genitor possa ter feito algum tipo de ação errada; transformar a criança em espiã da vida do ex-cônjuge; proibir o filho de ganhar presentes que não sejam dados por ele e falar ao filho o quão mau pode ser seu outro genitor. Ao longo do tempo esses fatos vão trazendo sofrimento à criança, que se vê em um túnel sem saída. Sente medo e proteção no genitor alienante.
Muitos casos de alienação seguem um padrão recorrente. Na etapa inicial da SAP, a criança ainda gosta do genitor alienado e sente vontade de conviver com ele e com sua família, mas já começa a absorver as mensagens pejorativas que o genitor alienante emite. O nível intermediário seria aquele em que a criança ainda tem um laço afetivo com o genitor, porém, ao absorver os sentimentos do outro, a criança acaba desenvolvendo uma ambivalência em relação aos afetos, começa a evitar o contato com genitor alienado, já não faz questão de ficar com ele e passa a arrumar compromissos para fugir dos encontros. Na etapa mais avançada e grave, a criança acaba desenvolvendo aversão a ele.
A criança alienada geralmente apresenta um sentimento de raiva e ódio constantes contra o genitor vítima e, em alguns casos, contra sua família. Além disso, se recusa a visita-lo, entrar em contato ou dar algum tipo de atenção a ele, com medo de que possa lhe fazer algum mal, mal este que lhe foi advertido pelo genitor alienante. Essas falsas informações transmitidas à criança fazem-na guardar sentimentos negativos a respeito de seu outro provedor, sentimentos esses que são inconsequentes, impensados e muitas vezes apresentam uma obviedade de que não apresenta verdade. A criança está tão amedrontada que acredita veementemente naquilo, mesmo possuindo, no fundo, um sentimento de culpa e de vontade de novamente conviver com seu outro genitor, que rapidamente passou a assumir o papel de monstro ao invés de mocinho.
A síndrome deixa marcas por toda a vida afetiva do indivíduo. Às vezes, a criança parece absolutamente normal, mas por dentro está devastada. O saudável na infância é que se conviva com os dois genitores, até para que a criança tenha dois modelos e duas referências.
As razões que levam alguém a se colocar como alienador são inúmeras, entre elas, inconformismo em relação à separação e/ou ao sucesso do ex-cônjuge em reconstruir uma nova relação, não concordar com os termos de divisão de bens ou da guarda, ciúmes, vingança ou mesmo sofrer de psicopatologias.
Em muitos casos, nem o fato de muitos alienadores estarem cientes de como isso pode afetar a estrutura psíquica da criança altera sua determinação em sustentar a farsa, pois o desejo de vingança pesa mais do que o bem-estar do filho.
Devido aos prejuízos provocados aos filhos e ao mal que faz ao outro cônjuge, a Lei 12.318, de 26 de agosto de 2010 tornou crime a alienação parental.
*Ada Melo é psicóloga formada pela PUC Minas em 2010 e especialista MBA pela UNA em 2012. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve às terças sobre infância e adolescência. Atua nas áreas clinica e organizacional pela abordagem psicanalítica. Leitura e cinema são seus maiores hobbies.
E-mail: ada_psique@yahoo.com.br

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Fobia Escolar

 
 
 
É uma cena muito comum: chega a hora de se arrumar para escola e o sofrimento para mãe e filho começa. A criança naquela choradeira de não querer tomar banho e se arrumar, almoça em meio as lágrimas, arrumando todas as desculpas possíveis para não ter que ir à aula e, ao entrar na van ou no carro, se joga no chão e é sempre empurrado já por uma mãe nervosa que passa por essa luta diariamente.
 
Esse assunto, então, foi parar nos consultórios e estudos em psicologia e ganhou o nome de Fobia Escolar. A fobia é um medo muito intenso e não justificável relacionado a um objeto (ou não), uma atividade ou situação, causando grande desconforto psíquico à pessoa acometida e, quando a situação é a ida e/ou permanência na escola, a expressão usada é fobia escolar.
 
O ataque de ansiedade pode ser intenso. Há um medo irracional, demonstrando impossibilidade para sair de casa e ir à escola, podendo haver cefaleia, diarreia, enurese, gritos, vômitos, dores, autoagressão etc. Podem estar presentes, também, o medo injustificado de algo, pessoa ou situação ligados à escola; verbalizações frequentes do tipo: “amanhã eu tenho que ir para a escola?”; pesadelos; intensa reação de angústia; isolamento; falta de adaptação; negativismo e crises de choro.
 
Um dos fatores que podem estar na base formadora da fobia escolar é o relacionamento mãe-filho, em dependência não resolvida, incluindo superproteção, sabotagem consciente e inconsciente dessa mãe que não quer abrir mão desse momento com o filho, o que levaria o filho a certa regressão, buscando uma superproteção já recebida outras vezes, no mesmo contexto. Esta visão psicopatológica da produção da fobia escolar nos avisa que quando a criança apresentá-la, a família deve ser avaliada e, possivelmente, ajudada por profissionais da área, buscando-se a solução não apenas na criança e na escola, mas, também, no ambiente familiar. O tratamento para o caso, além das considerações acima, deve incluir professores, diretor, orientador e psicólogo.
 
O tratamento poderá ser por meio de atendimento psicológico e é importante que, durante o tratamento, a criança não deixe de ir à escola, permitindo, inclusive, a permanência da mãe na escola durante algum tempo, podendo esta ser substituída, eventualmente, por outra pessoa. Deve-se buscar ajuda de um profissional para avaliar os vários fatores que podem estar acometendo essa criança para que ela sofra com a ida para a escola, dentre eles o bullying, o ambiente escolar e a relação com os professores.
 
Mas muitas vezes os pais não dão a atenção devida e acabam achando que a situação vai melhorar com o tempo, o que pode acarretar outros problemas, pois a criança pode até se acostumar com o fato de ter a obrigação (isso mesmo! E não mais prazer) de ir para a escola, mas acabará refletindo de outra forma, como notas baixas, comportamentos inadequados etc.
 
De nada adianta forçar a criança a enfrentar a situações fóbicas, ou chamá-la de “medrosa”, ou “boba”. É necessário fazer uma avaliação psicológica para viabilizar uma maneira adequada de auxílio, uma vez que a criança se sente frágil, e os adultos se sentem impotentes frente as crises. Essa intervenção psicoterapêutica irá fazer com que a criança supere a fobia e volte a sentir confiança em si mesma e nos outros, retomando assim a sua vida normal.
 
 
*Ada Melo é psicóloga formada pela PUC Minas em 2010 e especialista MBA pela UNA em 2012. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve às terças sobre infância e adolescência. Atua nas áreas clinica e organizacional pela abordagem psicanalítica. Leitura e cinema são seus maiores hobbies.
 
E-mail: ada_psique@yahoo.com.br

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Conflito de gerações

 
 
 26 de Julho: Dias dos Avós
 
Estive pensando, ao se aproximar a data em que se comemora o dia dos avós, em como estamos distantes dessa geração. Vivemos uma revolução em tão pouco tempo, tudo se modificou de forma muito rápida que é difícil para nossos avós acompanharem tanta tecnologia, mudanças no comportamento social que acabamos vivendo um conflito de gerações.

O texto a seguir foi escrito pela especialista em Psicopedagogia Maria Irene Maluf para a Revista Psique, a qual compartilho aqui no blog para que nos traga boas reflexões.

Os conflitos gerados pelas diferenças de objetivos de vida entre as gerações nunca foram tão marcantes como nos dias atuais. Jovens avós, filhos e netos parecem de um lado nascidos na mesma década: possuem interesses culturais e sociais similares, assim como seu gosto por moda, passeios, música, viagem, esportes é bastante próximo. De outro lado, por seus objetivos essenciais de vida, são muito distintos, parecem por vezes nascidos em séculos diferentes!

A geração dos anos quarenta e cinquenta, hoje tornada avó, foi de crianças educadas dentro de princípios chamados tradicionais, nos quais a figura paterna era extremamente respeitada, os papéis eram bem definidos, a autoridade tendia ao autoritarismo, a obediência não era discutida, posta em dúvida e, provavelmente, sua educação pouco se distinguia daquela recebida por seus pais. Tratava-se, antes de imitar, de seguir modelos, sem desejo ou necessidade de arriscar mudanças.

A linguagem, as roupas, os gostos entre as pessoas da mesma geração eram similares, mas até por qualquer desses itens se podia saber quem era o pai e o filho, claramente. Houve o começo do uso da informática para fins comerciais, embora ainda não de forma massificada, e teve início a grande revolução comportamental, como o surgimento do feminismo e os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais. Esses acontecimentos mudaram gradativamente o pensamento, o comportamento das pessoas, a maneira de pensar e agir.


 

A geração dos anos setenta cresceu em uma fase de transformações marcantes, com muitas mudanças na família, na sociedade, no mundo: a ciência começou a sair em ritmo acelerado dos centros de pesquisas, das universidades para o mundo, para o cotidiano, alterando, definitivamente, os meios de comunicação e as relações entre as pessoas e as gerações. Evidentemente, os modelos educacionais vivenciados já não eram os mesmos, porque as necessidades do momento já não eram as mesmas. O tempo passou, a sociedade que tinha o objetivo de criar um cidadão “obediente” também foi vencida pelo anseio de educar pessoas responsáveis, autônomas em circunstâncias novas, sem padrões anteriores a seguir.

A liberdade de pensamento passou a ser uma exigência dos jovens, que começaram a se tornar senhores de sua vida, quebrando normas tradicionalmente aceitas. Experimentaram, na juventude, muitos caminhos, e amadureceram de modo diferente de seus familiares.

Ao se tornarem eles pais, não tendo um modelo educativo estabelecido e vivendo um momento extremamente dinâmico da sociedade, naturalmente, transformaram-se nos primeiros pais que têm – justificadamente – maior dificuldade em estabelecer limites entre eles e seus filhos: muitas vezes confundem os papéis, delegam responsabilidades, acabam por parecer irmãos e irmãs dos filhos, que acabam por se tornar órfãos de pais vivos. Com a desculpa ilusória de serem amigos dos filhos, deixam-nos sem pais...



Acontece que crianças são, por natureza, admiradoras de seus pais e verdadeiros “discípulos” naturais destes, e despertar uma amorosa admiração dos filhos se torna uma responsabilidade muito pesada para quem não está preparado para isso. E admiração se cria na observação, no dia a dia, de comportamentos coerentes e serenos, que transmitem segurança, geram ordem e disciplina, elementos, estes, sem os quais, obviamente, não se estruturam relações equilibradas, personalidades estruturadas, pessoas responsáveis ou autocontroladas.

Nunca se ouviu falar tanto como na atualidade em problemas disciplinares e a razão, provavelmente, está – na maioria dos casos –, justamente, na questão do autocontrole e da responsabilidade, que deixam de ser ensinados e cobrados das crianças, seja por excesso de zelo, de superproteção familiar ou por negligência, três terríveis violências contra a saúde mental infantil.




A disciplina verdadeira e duradoura é criada por uma identificação contínua e profunda com adultos, e é responsável pelo estabelecimento do autocontrole. Quando tal processo é supérfluo, as crianças desenvolvem um autocontrole frágil e, assim, sempre precisarão de alguém que as vigie, já que não sentirão a necessidade e nem a possibilidade de se controlar e agir certo em qualquer situação onde não sejam cuidadas.

O castigo entra nesse ponto, onde se exige a obediência e não o autocontrole: a punição acaba por tornar a criança menos cooperativa, o adulto perde a paciência, o autorrespeito e o respeito pela criança, e parte para a agressão física ou verbal, no desejo de reprimir o comportamento infantil.

O castigo, físico ou verbal, não leva em conta a necessidade real de se dar a oportunidade à criança de agir bem, repensar seus atos, palavras e comportamentos, de se sentir amada e respeitada ao longo de seu crescimento, e pior: não ensina autocontrole, não desenvolve o desejo de copiar comportamentos admirados por elas mesmas.

Compreendermos a relação entre as gerações. Nosso papel e responsabilidade social e familiar na criação de nossos filhos certamente farão, de todos nós, pais melhores, capazes de oferecer oportunidades reais de educar crianças e adultos equilibrados, autocontrolados, responsáveis e mais felizes em um mundo cada vez mais dinâmico.


quinta-feira, 24 de julho de 2014

Repensando a agenda







Com fim das férias é preciso colocar tudo em ordem novamente, entrar na rotina e administrar o tempo, porém, uma das grandes dificuldades de nossa época é gerenciar o próprio tempo. O que está por trás de uma rotina apertada, quase sempre não cumprida, não é só a nossa desorganização, mas algumas atitudes que nos desviam do foco das prioridades do dia, que, muitas vezes, são etapas menores de um projeto inteiro de vida. Tempo não só é dinheiro como é espaço para nossas realizações e nosso bem-estar e felicidade.

Tais atitudes são, na verdade, pequenas sabotagens inconscientes e inseguranças que nos colocam longe da objetividade necessária para lidar com uma agenda tão atribulada. E como a Psicologia pode ajudar? De diversas maneiras!!!

À medida que a Psicologia promove o emprego de emoções positivas para as atitudes em geral, o desafio deixa de sê-lo, vira oportunidade de aprendizado, torna-se mais interessante e digno de nossa vontade de ir em frente (sem a costumeira procrastinação). É o lado positivo das situações, cujo olhar moldado por uma “educação emocional” é capaz de enxergar.





Para cumprir a rotina, talvez seja necessário mudar a forma como estamos dispostos a encarar nossa agenda. Quem enxerga o dia sob uma óptica de dificuldades, desafios intransponíveis, desvia-se do principal objetivo de cada um desses desafios: vencê-los.

Para fazer uma rotina dar certo (e para que se queira cumpri-la, sem sabotagens conscientes ou não), é preciso aceitá-la, senão como escolha, mas como oportunidade de seguir um determinado caminho ou projeto que se impôs em nossa existência. Já parou para pensar que suas escolhas são inadequadas e que, portanto, seus dias serão mesmo um martírio de tarefas não cumpridas ou executadas sem prazer e objetivo real?

Planejar o dia requer também que ele esteja de acordo com o projeto de vida – incluindo as circunstâncias que se impõem ao nosso plano, claro, mas sabendo que o que vem pela frente está de acordo com o que se estabeleceu como modo de viver.

Mas isso não é tão simples como parece, e por isso, muita gente recorre à terapia ou à análise para aceitar os caminhos que seguiram sem querer (ou para abandoná-los e romper padrões em geral, determinando suas escolhas). O importante é que se tenha consciência de que algo está errado, e isso pode ser detectado, muitas vezes, a partir da rotina, da dificuldade em cumpri-la, da identificação daquilo que parece impossível de ser realizado ou realmente insuportável em seu dia a dia.





Esses são passos bem importantes para finalizar o dia sem pendências (e dar a sequência correta, em um tempo planejado, nos projetos em geral, quer sejam de curto, médio ou longo prazo). Pronto, mais uma tarefa riscada da lista de tantos afazeres. Mas o que significa tal tarefa/ desafio em seu projeto de vida?

 A Psicologia pode auxiliar, nesse caso, na identificação daquilo que lhe faz bem e que deve compor sua agenda (e em que ritmo). Você sabe do que gosta e o que quer? O autoconhecimento é necessário, o que pode ser buscado com ou sem a ajuda do especialista.

O papel da Psicologia se mostra claro no simples planejar do dia: prevenir é melhor do que remediar. Não só as patologias podem irromper sobre sua dinâmica e felicidade, mas comportamentos disfuncionais que se abatem sobre uma trajetória, que poderia mais facilmente ser bem-sucedida. O tempo, então, é tudo – e administrá-lo passa pela organização do dia, que por sua vez passa por um processo de autoconhecimento, que nos leva a saber o que queremos para o dia que se encerra e, também, por fim, para todos os dias de nossa vida. Viu como sua agenda é, de fato, importante?

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Fim de Férias

 
 
E chegou o fim das férias... acabou a copa... e tudo volta ao normal...

... Então não há mais motivos para adiar os planos, bora realizar os projetos guardados na gaveta, nada de esperar até o próximo ano, pois ainda temos um semestre inteirinho para VIVER!

Então, bora lá! Nada de desanimo!!!

Mas se está com dificuldades em começar, ou até mesmo por onde começar, busque ajuda, pois a VIDA não pode esperar!

                                                                    Faça terapia!
 
 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Férias + Copa do Mundo = ALEGRIA

 
 


Julho chegouuuuu!!!!!!

O mês trouxe além das esperadas férias escolares a fase mais definitiva da Copa do Mundo no Brasil e estamos aproveitando pra concentrar nossas energias nessa farra boa de torcedores patriotas!

Ah, mas não podemos esquecer de aproveitar bem esse mês de descanso para recarregar a bateria para o segundo semestre que vem com tudo!

Então, bora aproveitar galera... soltar o grito de guerra, cantar, dançar, descansar... ahhh... fazer o que se gosta neh!

É amor
É tanto amor que eu sinto esse momento
É tão bonito esse mar de mãos
Ver todo mundo assim cantando junto
É maravilhoso
É amor
Felicidade transbordando em mim
Tem tanto tempo nossa união
Chegou o dia que o meu coração
Tá daquele jeito
Dá pra ver, vai ferver
Bateu a sintonia
É tempo de alegria
Tão bom dividir com você
Ôôô, ôôôôôô, ôôô...
Alegria, alegria
Ivete Sangalo - Alegria

terça-feira, 1 de julho de 2014

Vaidade Infantil







Publicado em: www.redepsicoterapias.com.br

Que menina nunca quis usar o salto alto da mamãe? Ou nunca experimentou as maquiagens e se borrou toda? Essas brincadeiras podem até ser consideradas fofas e divertidas, pois fazem parte da infância das meninas que querem ser lindas mulheres quando crescerem. Porém, essas brincadeiras devem acontecer uma vez ou outra.
 
Quando uma menina colocar um salto e tentar se equilibrar em cima dele ou aparecer com o rosto todo borrado de maquiagem, achem graça e expliquem que, assim que ela crescer, ela poderá fazer tudo isso. Esse tipo de brincadeira faz parte do universo feminino, como rabiscar a cara das bonecas, pintar as unhas ou cortar os cabelos da boneca, por exemplo.
 
A brincadeira começa a tornar-se um problema quando a criança começa a agir feita adulta. Ou então, quando a criança começa a deixar os brinquedos dos quais sempre gostou, para brincar com atividades de adultos. E é nesse momento que a vaidade infantil começa a tornar-se um problema, uma vez que a criança não se sente mais à vontade com a sua própria idade.
 
Outro dia, deparei-me com uma reportagem um tanto curiosa, que dizia sobre as crianças mais estilosas do "mundo fashion". O que??? Deparei-me com pequenos adultinhos, vestindo roupas de marca, saltos, brincos grandes, maquiagem e até bolsinhas de grife para as pequenas! E os meninos não ficam de fora: camisa social, calça jeans, tênis de marcas famosas, bonés, cortes de cabelos bem moderninhos. As crianças de hoje estão cada vez mais precoces, são mais espertas e mais focadas. Talvez o excesso de estímulos e a facilidade do mercado tenha algo a ver com isso. Atrás desta facilidade, existe a globalização, que já atingiu este público para o consumo. E o mundo da moda tem-se inovado com muito glamour e sofisticação, para atrair crianças e seduzir principalmente os pais.
 
O desejo infantil de participar do universo adulto foi contemplado com artigos que antes o prejudicava e agora ganha novas fórmulas. Os desenhos da Disney e da Pixar foram lançados nas embalagens: o xampu e condicionador da Cinderela não ardem os olhos, o gel do Relâmpago McQueen não contém álcool, os esmaltes das Princesas não estragam as unhas como os da mamãe e a loção do Homem Aranha não é forte como a do papai. Enfim, todos os produtos da linha adulta receberam novos olhares com um único objetivo: encantar as crianças espelhando em seus ídolos e heróis.
 
De olho na mudança de comportamentos da criançada, os salões de beleza especializaram-se em desenhos de unhas e penteados infantis e muitos fast foods passaram a usar brinquedos e propagandas pra lá de criativas para atraí-los. Nem mesmo o salto alto e a maquiagem ficaram de lado; e fazem sucesso entre as meninas. Coisas que deveriam ser só de brincadeira, ganharam espaço entre os pequenos em função deles trocarem os brinquedos por espelhos e muitos adereços cada vez mais cedo.
 
Cuidar-se não é ruim, se atentar com a higiene é cuidar também de unhas e cabelos. Lógico que esse cuidado pode ser no salão, o que não pode é consistir em uma rotina e as crianças produzirem-se, vivendo vários papéis espelhados nos seus heróis dos desenhos animados, príncipes e princesas dos contos de fadas e até mesmo em seus pais. No entanto, muitos pais sentem-se envaidecidos quando os outros elogiam suas crianças, chamando-os de mocinha ou rapazinho, por usarem produtos que aparentemente deveriam ser de adultos.
 
As crianças deste início do século, principalmente as de classe média alta, preferem brincadeiras diferentes. Evitam-se sujar, têm receio de amassar a roupa e passam mais tempo na frente de um espelho do que realmente brincando. O divertimento ganhou outro foco, comentários direcionados a roupas e a uma exacerbada vaidade os colocam não como crianças, mas como miniaturas de adultos. Não é culpa delas: a sociedade globalizada valoriza o possuir, o ter é muito explícito e infelizmente elas também são alvos desses padrões. E, da mesma forma que os adultos espelham-se nas celebridades para se vestir, as crianças inspiram-se nas celebridades mirins como a Suri Cruise, Raphaela Justus e a turminha da telenovela "Carrossel".
 
Quando a criança começar a crescer, sem dúvida ela irá se preocupar mais com a vaidade; mas isso não precisa ser agora. Portanto, é importante transmitir bons valores para elas, explicar que usar roupas caras não faz ninguém melhor do que ninguém, bem como a vaidade infantil ou pessoas magras não são mais especiais que as outras etc. Lógico que a vaidade é muito importante. Afinal, todos nós temos um pouco de vaidade dentro da gente. Mas, assim como tudo na vida, a vaidade também precisa de limites.
 
Criança precisa ser criança. Hoje em dia, as brincadeiras e passeios que nós fazíamos antigamente foram deixadas de lado; a criança só quer saber de computador, celular e vídeo game. Faça-a ser criança, pois essa fase nunca mais voltará e nós sabemos que vida de adulto não é nada fácil, não é mesmo?!
 
 
 
 
*Ada Melo é psicóloga formada pela PUC Minas em 2010 e especialista MBA pela UNA em 2012. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve às terças sobre infância e adolescência. Atua nas áreas clinica e organizacional pela abordagem psicanalítica. Leitura e cinema são seus maiores hobbies.
 
E-mail: ada_psique@yahoo.com.br






 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Timidez na adolescência




 
A adolescência é uma fase que chega acompanhada de uma porção de dúvidas e inseguranças, pois o jovem passa por uma série de mudanças físicas e psicológicas que trazem questionamentos e autocríticas sobre sua imagem e suas ideias. Para quem já é tímido, essa fase pode acentuar o comportamento de retração social.
 
A timidez não é uma doença, mas sim um padrão de conduta relacionado com o medo do julgamento dos outros, receoso ao receber críticas, o tímido prefere não se expor ou se expressar.
 
O tímido tem um desconforto frente situações que envolvem interações sociais. Uma criança ou adolescente pode ter a chamada timidez crônica que é quando o indivíduo apresenta grande dificuldade para se relacionar com os outros em diversos tipos de situações sociais e não apenas em uma situação específica como, por exemplo, falar em público. Para aqueles que possuiem timidez crônica, "os outros" são vistos como uma verdadeira ameaça à sua integridade emocional. Nos casos mais severos de timidez, a simples ideia de ter que interagir com alguém é suficiente para desencadear o desconforto. A pessoa que apresenta timidez está preocupada com o que o outro pode vir a pensar sobre ela, sobre o que faz, sente ou fala. Sua atenção está focada quase exclusivamente em si mesmo.
 
Essa característica se torna um problema quando impede a pessoa de interagir com os demais ou em um nível ainda mais problemático esses sujeitos evitam a exposição social. O exagero da timidez é considerado uma fobia social, porque se manifesta em um grau que compromete a qualidade de vida da pessoa, ao ponto de impedir que ela saia de casa e evite todo tipo de situação que envolve relacionar-se com outras pessoas ou passar mal fisicamente por ter sido exposta a algo que teme.
 
Um dos sinais de timidez pode estar associado ou não ao rubor das bochechas e do pescoço, seu aparecimento é acompanhado de um sintoma que se caracteriza por sensação súbita de calor na região afetada. É comum também o tímido apresentar uma fala não fluente, gaguejar, usar baixo volume de voz, ter pouco contato visual com o interlocutor e usar pouca expressão corporal. O tímido pode também apresentar sudorese excessiva, tentar fugir da situação que o assusta, se escondendo no quarto ou sair correndo do ambiente que quer evitar por constragimento. Ele está excessivamente focado no julgamento que os outros farão, não confia em ser capaz de corresponder à expectativa do outro e constrói uma imagem negativa de si mesmo.
 
Um dos caminhos para ajudar o adolescente a lidar com isso é estabelecer um canal de diálogo com ele e mostrar quais são seus valores e as suas qualidades. Além disso, vale ensinar que receber uma avaliação negativa não deve ser encarado como o fim do mundo é preciso saber ser elogiado e saber ser criticado.
 
É necessário respeitar o comportamento de quem é tímido. Nem todo mundo nasceu para ser popular e comunicativo e essas características não devem ser tomadas como modelos de comportamento. Porém deve-se tomar cuidado para que a timidez não cause prejuízos ao adolescente, como levá-lo ao isolamento social ou comprometer o aprendizado na escola.
 
 
 
*Ada Melo é psicóloga formada pela PUC Minas em 2010 e especialista MBA pela UNA em 2012. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve às terças sobre infância e adolescência. Atua nas áreas clinica e organizacional pela abordagem psicanalítica. Leitura e cinema são seus maiores hobbies.
 
 

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Crianças Competitivas






Vivemos em um mundo extremamente competitivo e que nos "obriga" a competir todo o tempo.Competimos por vagas no estacionamento, para ingressar na universidade, por vagas de emprego e para permanecer nele, por melhores escolas para nossos filhos e por aí vai. O fato é que cada vez mais cedo, estamos vivenciando a experiência da competição e passamos isso para as crianças que estão cada vez mais condicionados a competir e vencer desde pequenos.
 
Vejo muitas crianças que ao perder em uma brincadeira choram desesperadamente, deixando de lado o divertimento que a brincadeira deveria proporcionar, fazendo com que o jogo seja uma competição e não mais uma diversão. E muitos pais, despreparados, para que a criança pare com o choro fingem que ela ganhou ou até deixam que ela ganhe para não frustrarem os pequenos.
 
Ganhar e perder são circunstâncias da vida e aprender a administrá-las é um desafio para a criança. Ajudá-la a incorporar a ideia de se esforçar para vencer e se arriscar a fracassar, sem estimular a competitividade desenfreada, é um desafio também para os pais, que não devem menosprezar essas experiências dos filhos.
 
Muitas vezes instigamos as crianças para serem os melhores alunos, a fim de obter um melhor desempenho. Porém, em um contexto exclusivamente competitivo, não há percepção de que a vitória de um significa derrota para outros, o que pode impulsionar para um egocentrísmo fora do "habitual" da criança e essa terá muitas dificuldades em perceber que nem sempre se pode ganhar.
 
Por volta dos 8 anos que os jogos esportivos, as gincanas e as competições escolares se intensificam e a garotada fica mais sensível a êxitos e fracassos. Antes, os pequenos até entendem a derrota e a vitória, mas não as consideram como um fim, pois ainda estão muito envolvidos com a atividade em si mesma. Mas, a partir do 8 anos, a criança já ela também compreende melhor as regras que condicionam os jogos e percebe muito as diferenças entre ela e as outras e isso causa insegurança e ela precisa ir testando suas capacidades e seus limites. A competição ajuda a se ver em relação ao outro e claro que a experiência da vitória passa a ser muito significativa, mas a frustração também faz parte do processo.
 
A essa altura, os pais precisam ser duplamente cuidadosos. Por um lado, não podem minimizar a vivência da derrota, que é real para a criança. Por outro lado, devem estimular a persistência e a busca do melhor desempenho, sem cobrar vitórias a qualquer preço.  O problema é a exigência do sucesso, que elimina a possibilidade de errar, de refazer caminhos, de testar soluções diferentes. É um risco supervalorizar o acerto e subestimar o erro. O estímulo não deve ser à vitória, mas o esforço de quem se arrisca, de quem se expõe, inclusive ao fracasso. Claro que é um equívoco não preparar as crianças para competir, afinal, esta é nossa realidade, porém deve-se ter em mente o propósito de uma competição. Competitividade sim, no sentido de auto superação contra a acomodação e conformismo.
 
 
Esse texto e outros mais você encontra na Rede Psicoterapias (http://www.redepsicoterapias.com.br) onde são tratados de diversos temas relacionados a Psicologia.
 
 
 

terça-feira, 3 de junho de 2014

Síndrome de Peter Pan: Crescer pra que?







Na psicologia existe um fenômeno o qual foi dado o nome de síndrome de Peter Pan a qual foi utilizado a primeira vez por Dan Kiley, um psicólogo norte-americano em 1983, referindo-se a um atraso de decisões vitais como forma de evitar responsabilidades dos adultos.
 
Quando o ciclo no qual uma pessoa permanece estagnada é a infância, fala-se em síndrome de Peter Pan, em alusão ao personagem do escritor escocês James Matthew Barrie, criado em 1904 para uma comédia musical. Para quem não conhece a estória, Peter Pan era um menino que não queria crescer, vivia num mundo de fantasia a “terra do nunca” e nessa terra todos os sonhos eram possíveis.
 
O fato é que a vida da gente é toda feita de fases e é importante viver cada uma delas, desde brincar de bonecas até as loucuras da faculdade, da forma mais intensa e proveitosa possível, sem pular etapas e se privar de erros. Jovens que não se permitem viver sua juventude, se tornam pequenos adultos de roupa social. E mais tarde, já adultos, procuram retomar essa fase perdida e ter comportamento de adolescente aos 40!
 
Quando se vive o que tem que viver no momento exato da vida, a transposição de ciclos se torna mais fácil e crescer se torna mais leve, isso porque a etapa anterior não tem mais sentido. De fato seria perfeito viver apenas de jogar bola no campinho, empinar pipa na praia, ficar bêbado com os amigos, mas chega uma hora que colocar os pés no chão deixa de ser uma opção e se torna uma necessidade.
 
Nos campi universitários também há vestígios desta juvenilização. É cada vez maior o número de jovens que adiam sua formatura universitária (optando por intercâmbios ou iniciando outros cursos) a fim de adiar também as responsabilidades que se apresentam após este ritual de passagem: se tornar adulto, arrumar emprego, se adequar ao mercado de trabalho por si mesmo, sem o auxílio da faculdade, etc. Cada vez mais as pessoas adiam o casamento e ficam em namoros eternos com medo da responsabilidade de se formar sua própria família e sair da casa dos pais.
 
Infelizmente não dá pra se ter 20 anos o resto da vida. Crescer não nos dá muitas escolhas e não é uma tarefa fácil, juntamente com as rugas vêm as contas pra pagar, a profissão que exige cada vez mais ambição, o casamento e a família, e tudo isso precisa ser valorizado. O tempo passa, o ponteiro do relógio corre numa velocidade impressionante e nos resta acompanhar o ritmo das mudanças, senão corremos o risco de não só ficar para trás, como também de perder parcelas deliciosas desse novo ciclo que pede passagem. Ficar estagnado em determinado ponto da história, preso para sempre na Terra do Nunca, sem progredir, sem se dar a chance de descobrir o que há por detrás da porta por onde todas as crianças um dia deram adeus ao mundo da fantasia para adentrar de pés firmes na realidade, é perder inclusive, a oportunidade de ser feliz.
 
 
 
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E-mail: ada_psique@yahoo.com.br

 

quarta-feira, 28 de maio de 2014

SUPERPROTEÇÃO: Pequenos reizinhos

 
 




Muitos pais, hoje em dia, têm tido dificuldade em impor castigos e limites aos filhos, parece estar havendo, uma inversão dos valores: os pais passaram a ter mais medo de perder o amor dos filhos do que os filhos, o dos pais. E como o pavor de perder o afeto e a admiração dos pais sempre foi o grande incentivo para as crianças aprenderem a se comportar de acordo com os padrões do seu meio cultural, hoje a maior parte dos adultos se vê sem meios para educar e agir com firmeza.
 
Em geral, são pais inseguros e ansiosos, esforçam-se para não fracassar em sua educação e têm pavor de ser julgados por parentes e amigos, excedendo na ânsia de acertar sempre. Assim como hoje se exige que as pessoas sejam bem-sucedidas, saudáveis e magras, é preciso ser um pai exemplar. Trata-se de um fenômeno bastante atual e que vem preocupando profissionais da área escolar, pedagógica e psicológica.
 
Pais superprotetores temem, sobretudo, o risco de sequestros, assaltos e acidentes e a oferta abundante e livre de álcool e drogas. Há, no entanto, um limite entre a preocupação aceitável e a excessiva, que pode fazer mais mal do que bem a uma criança ou adolescente.
 
Para tanto, esses pais usam de recursos tecnológicos, como o celular que permite monitorar as andanças da moçada, e da nova dinâmica familiar, mais aberta e propensa ao diálogo. Aparentemente, um filho sob a vigilância irrestrita dos pais está mais seguro. Mas há um risco na vida sem riscos, o que inclui atender a todos os pedidos da criança ou do jovem. Pais que adotam para si e para seus filhos esse tipo de estratégia ignoram uma peça-chave do desenvolvimento humano: a autonomia. É aquela capacidade de fazer escolhas e também de aceitar seus próprios limites e reconhecer que, não raro, as escolhas podem estar erradas.
 
Atualmente, a escola é o único espaço em que boa parte das crianças e adolescentes tem, de fato, de assumir responsabilidades. Ao passarem pelos portões escolares, deixam o posto de príncipe ou princesinha da família para se tornar um entre tantos outros alunos. E esse é um dos grandes pesadelos dos pais superprotetores, que buscam tratamento um individualizado também na escola, interferindo na rotina pedagógica, o que acaba irritando professores e diretores. Se o filho tira uma nota que os desaponta, vão direto à escola e exigem que ela seja mudada. Quando ele esquece um livro ou uma apostila em casa, correm para levá-lo à escola. Dessa forma, não permitem que ele sinta o constrangimento que serviria de alerta para que se lembrasse de tomar conta de sua vida.
 
Essa situação que pode parecer ser muito agradável para as crianças, não se sustenta a longo prazo, pois, essa criança que não enfrenta situações de frustração - aliás, frustrar é diferente de traumatizar - tornam-se despreparadas para lidar com esse tipo de dor psíquica e todos nós sabemos que a vida contém uma boa dose de frustrações.
 
Como efeito colateral da superproteção, começam-se notar um aumento no número de crianças ansiosas e inseguras, que pede atenção e aprovação para cada tarefa que realiza, tem medo de se machucar, evita fazer qualquer coisa sozinha e pede ajuda a todo momento. Até mesmo a ciência começa a voltar sua atenção para os efeitos da superproteção no cérebro e no comportamento de crianças e adolescentes. Parece exagero? Não é. Há casos como o do menino Ivan (nome fictício), de 9 anos, que foi alimentado à base de papinha até os 3 anos. De tanto ouvir seus pais dizerem que ele poderia engasgar com comidas sólidas, o garoto passou a recusar tudo o que não fosse apresentado a ele na forma de sopa ou mingau. Ivan pode ter superado completamente essa deficiência. Mas algo em sua habilidade motora e em sua confiança pode ter sido afetado.
 
Estudos tem revelado, o que até bem pouco tempo atrás não se sabia, que a falta de brincadeiras livres, sem a interferência de adultos, pode prejudicar o bom desenvolvimento das faculdades cognitivas. Há riscos também no excesso de preparação estudantil dos filhos. Um pai pode e deve estimular seu filho a ter atividades extracurriculares, mas o excesso não deixa de ser um ato de superproteção e, como tal, não faz bem. Aponta-se também que a falta de obrigações dentro de casa tem criado uma geração pouco preocupada com o próximo. E o pior: os pais estão relutantes como nunca em pedir ajuda doméstica aos filhos e não há nada de errado em distribuir tarefas: é bom para a autodisciplina e para ajudar a construir a autoconfiança. Pedir a um menino que lave um tênis sujo de barro ou que arrume a cama não deveria ser visto como punição. É simplesmente algo que ele deve fazer por ser parte de seu cotidiano.
 
Eliminar do desenvolvimento infantil todo desconforto, as decepções e até mesmo a brincadeira espontânea – e ainda por cima pressionar as crianças com a exigência de sucesso total – é um erro gravíssimo. Sem enfrentarem desafios próprios nem se confrontarem com limites, as crianças tornam-se adultos incapazes de superar as dificuldades da vida. As consequências da infância e adolescência superprotegidas já são mensuráveis: os jovens atualmente levam mais tempo para sair de casa, começar a trabalhar e formar uma família. Quando chegam ao mercado profissional, não conseguem lidar com as exigências reais. Frequentemente se sentem injustiçados e incompreendidos. E frustram-se com facilidade.
 
Em resumo, se você quiser ter um filho com possibilidade de ser feliz e realizado (nunca há garantias), proporcione a ele a liberdade possível em cada etapa de sua vida.
 
 
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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Mães!!

Dizem que ELAS são iguais corujas!
 
 
 
A expressão surgiu com a fábula "A Coruja e a Águia", do escritor francês La Fontaine, também reescrita por Monteiro Lobato e outros autores.
Conta a fábula que a coruja encontrou a águia e lhe disse:
- Ó águia, se vires uns passarinhos muito lindos num ninho, com uns biquinhos muito bem feitos, olha lá não os coma, que são os meus filhos!
A águia prometeu-lhe que não os comeria. Foi voando e encontrou numa árvore um ninho e comeu todos os filhotes. Quando a coruja chegou e viu que lhe tinham comido os filhos foi ter uma conversa com a águia, muito aflita:
- Ó águia, tu foste falsa porque me prometeste que não comeria meus filhinhos, mas mataste todos!
Disse então a águia:
- Eu encontrei uns pássaros pequenos num ninho, todos depenados, sem bico e com os olhos tapados, e comi-os. E como tu me disseste que os teus filhos eram muito lindos e tinham os biquinhos bem feitos entendi que não eram esses.
- Pois eram esses mesmos, disse a coruja.
- Pois então não sou eu que estou errada, me enganaste tu com a tua cegueira.


Moral da história: Aos olhos das mães, os filhos são sempre perfeitos e lindos.

Ahhhh! Pra toda mãe seu filho, filhinho, pequerrucho, fofinho, lindinho, bebezinho, fofura, neném lindo é o mais perfeito de todos!!!!