Na psicologia existe um fenômeno o qual foi dado o nome de síndrome de Peter Pan a qual foi utilizado a primeira vez por Dan Kiley, um psicólogo norte-americano em 1983, referindo-se a um atraso de decisões vitais como forma de evitar responsabilidades dos adultos.
Quando o ciclo no qual uma pessoa permanece estagnada é a infância, fala-se em síndrome de Peter Pan, em alusão ao personagem do escritor escocês James Matthew Barrie, criado em 1904 para uma comédia musical. Para quem não conhece a estória, Peter Pan era um menino que não queria crescer, vivia num mundo de fantasia a “terra do nunca” e nessa terra todos os sonhos eram possíveis.
O fato é que a vida da gente é toda feita de fases e é importante viver cada uma delas, desde brincar de bonecas até as loucuras da faculdade, da forma mais intensa e proveitosa possível, sem pular etapas e se privar de erros. Jovens que não se permitem viver sua juventude, se tornam pequenos adultos de roupa social. E mais tarde, já adultos, procuram retomar essa fase perdida e ter comportamento de adolescente aos 40!
Quando se vive o que tem que viver no momento exato da vida, a transposição de ciclos se torna mais fácil e crescer se torna mais leve, isso porque a etapa anterior não tem mais sentido. De fato seria perfeito viver apenas de jogar bola no campinho, empinar pipa na praia, ficar bêbado com os amigos, mas chega uma hora que colocar os pés no chão deixa de ser uma opção e se torna uma necessidade.
Nos campi universitários também há vestígios desta juvenilização. É cada vez maior o número de jovens que adiam sua formatura universitária (optando por intercâmbios ou iniciando outros cursos) a fim de adiar também as responsabilidades que se apresentam após este ritual de passagem: se tornar adulto, arrumar emprego, se adequar ao mercado de trabalho por si mesmo, sem o auxílio da faculdade, etc. Cada vez mais as pessoas adiam o casamento e ficam em namoros eternos com medo da responsabilidade de se formar sua própria família e sair da casa dos pais.
Infelizmente não dá pra se ter 20 anos o resto da vida. Crescer não nos dá muitas escolhas e não é uma tarefa fácil, juntamente com as rugas vêm as contas pra pagar, a profissão que exige cada vez mais ambição, o casamento e a família, e tudo isso precisa ser valorizado. O tempo passa, o ponteiro do relógio corre numa velocidade impressionante e nos resta acompanhar o ritmo das mudanças, senão corremos o risco de não só ficar para trás, como também de perder parcelas deliciosas desse novo ciclo que pede passagem. Ficar estagnado em determinado ponto da história, preso para sempre na Terra do Nunca, sem progredir, sem se dar a chance de descobrir o que há por detrás da porta por onde todas as crianças um dia deram adeus ao mundo da fantasia para adentrar de pés firmes na realidade, é perder inclusive, a oportunidade de ser feliz.
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Ada Melo - Psicóloga
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