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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ser Adulto

Pessoal,

Gostaria de compartilhar com vocês um ótimo texto do Arnaldo Jabor, então boas reflexões a todos!!!


Ser Adulto...

Sempre acho que namoro, casamento, romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida. Detesto quando escuto aquela conversa:

- 'Ah, terminei o namoro... '
- 'Nossa, quanto tempo?'
- 'Cinco anos... Mas não deu certo... Acabou'
- É, não deu...?
Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou.

E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.
Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro.
E não temos esta coisa completa.
Às vezes ele é fiel, mas não é bom de cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é malhada, mas não é sensível.
Tudo nós não temos.
Perceba qual o aspecto que é mais importante e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro.
Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia. E as vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante...e se o beijo bate...se joga...senão bate...mais um Martini, por favor...e vá dar uma volta.
Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra.
O outro tem o direito de não te querer.
Não lute, não ligue, não dê pití.
Se a pessoa tá com dúvida, problema dela, cabe a você esperar ou não.
Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto. Ele titubeia, tem dúvidas e medos mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta.
Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob chantagem, gravidez, dinheiro, recessão de família?
O legal é alguém que está com você por você.
E vice versa.
Não fique com alguém por dó também.
Ou por medo da solidão.
Nascemos sós. Morremos sós. Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado.
E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.
Tem gente que pula de um romance para o outro.
Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?
Gostar dói.
Você muitas vezes vai ter raiva, ciúmes, ódio, frustração.
Faz parte. Você namora um outro ser, um outro mundo e um outro universo.
E nem sempre as coisas saem como você quer...
A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.
Na vida e no amor, não temos garantias.
E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo que nao é tao bom é para descartar. Ou se apaixonar. Ou se culpar.
Enfim... Quem disse que ser adulto é fácil?


Arnaldo Jabor

terça-feira, 24 de maio de 2011

Cisne Negro







Angustiante e confuso, Cisne Negro tem sido considerado um dos filmes mais intensos da história. A personagem Nina que transita entre o frágil e o feroz, chega a tocar o espectador, trazendo á tona aquilo que de mais indomável nos habita, a força da sexualidade e da agressividade.
No enredo, Nina (Natalie Portman) é uma dançarina dedicada, tecnicamente perfeita, subestimada pelo dono da companhia de balé (Vincent Cassel) e controlada de perto pela mãe solitária (Barbara Hershey). Quando Beth (Winona Ryder) se aposenta, surge a oportunidade dela interpretar a Rainha Cisne em Lago dos Cisnes, um papel com o qual toda bailarina sonha. O problema está no Cisne Negro, ato da peça que é o mais difícil.
Segundo a Revista Psique (2011) Nina é dominada pelo controle da perfeição, tanto no seu interior quanto no exterior. Sua rigidez encontra-se desde a disposição de seus objetos, passando pelos cabelos até os movimentos impecáveis treinados até a exaustão. Do ponto de vista psicológico há muitas tentativas de compor um diagnóstico para a personagem principal do filme, embora talvez, seja um exercício quase impossível. “Muitos teóricos apontam para o Borderline como o diagnóstico que fala da clínica contemporânea, porém, uma investigação mais detalhada nos apontaria a comorbidade como um transtorno alimentar, além dos sintomas psicóticos e de auto-mutilação apresentados na trama”.
“A única pessoa em seu caminho é você mesma” diz Thomas Leroy que quer ver na doce Nina o aparecimento do Cisne Negro. Ela, então, tomada pela ideia de perfeição, travará uma dura batalha contra si mesma, encontrando no caminho a complicada e ambivalente mãe que projeta na filha seu sonho de bailarina não realizado, se envolvendo em uma trama de dominação e inconsciente disputa com Nina, despejando sua expectativa com relação a filha e os seus anseios de realização, e que ao mesmo tempo, pela veia da inveja, tenta impedir o crescimento e a transformação dessa menina em mulher. É preciso o Cisne Negro da agressividade e da sexualidade para construir o caminho da libertação para Nina, que aprende o gozo, toma posse do seu próprio corpo, em uma clara representação de sua ambivalência: cuidado e ataque.
Nina passeia em risco entre a visão da realidade interna e externa, e acaba perdendo-se em seus emaranhados. Para dar vazão ao Cisne Negro, Nina ataca seu Cisne Branco, projetando-o em Lilly, mas ao final, totalmente em identificação projetiva, é o seu corpo o que sangra e o que salta para a morte. Sorri atingindo a ansiada perfeição.
Quantas vezes durante o filme nos identificamos com a personagem Nina e nos vimos reprimidos pelos nossos próprios desejos encarnados no papel do Cisne Branco? Porém, o Cisne Negro existe em cada um nós, esperando um momento oportuno para eclodir com intensidade e nos trazer a libertação.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Síndrome de Burnout


A Síndrome de Burnout é o esgotamento mental e físico intenso causado por pressões no ambiente profissional, que leva ao esgotamento total do paciente.


Segundo a revista Psique, um levantamento realizado pela Associação Internacional do Controle do Estresse, ISMA (International Stress Management Association), revelou que o Brasil é o segundo país do mundo com níveis de estresse altíssimos. Pelo menos três em cada sete trabalhadores sofrem a síndrome de burnout e não sabem.


O portador dessa doença muitas vezes não sabe que a possui e passa a medir sua autoestima pela capacidade de realização e sucesso profissional. Ou seja, transforma o seu desejo de realização profissional em obstinação e compulsão. Este fenômeno pode estar ligado à idéia de que ser um workaholic (pessoas que vivem para o trabalho) se tornou status para a maioria das pessoas que vivem nas grandes cidades, onde o número de estresse é maior, e consequentemente, a probabilidade do surgimento da doença.


Embora a doença esteja diretamente ligada ao campo profissional, o seu desenvolvimento não se restringe apenas à profissão. Uma pessoa pode trabalhar muito e ter uma relação saudável com o trabalho. O mercado de trabalho competitivo das grandes cidades contribui para o surgimento da síndrome e os profissionais de alta responsabilidade, estão mais propensos a desenvolver a doença.


O principal sintoma da síndrome de Burnout é a sensação de ter sido consumido pelo estresse, de estar esgotado e sem energia. Outros sintomas também são comuns, como sono ruim, cansaço dores no corpo; lapsos de memória; dificuldade de concentração; irritabilidade; desesperança, tristeza e transtorno de humor; depressão, etc. Cinismo e agressão também são bastante freqüentes.


Essa doença quando não cuidada pode até levar a morte, pequenas mudanças no dia a dia podem ser fortes aliadas, tais como: alimentação balanceada, atividades físicas, ter um hobby e manter relações sociais e familiares. Apesar da simplicidade dessas ações, poucas são as pessoas que podem segui-las.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

TIMIDEZ

Temos uma grande preocupação com a imagem pública, isto é, com a forma como gostaríamos que os outros nos enxergassem, queremos nos sentir atraentes, amadas e desejadas pelos outros e por isso sentimos vergonha quando somos incapazes de cumprir alguma regra ou comportamento considerado atrativo pelos outros. Por isso, ser o centro das atenções pode tão facilmente despertar a timidez, pois é nessa situação que a pessoa está particularmente vulnerável ao julgamento alheio, e teme não corresponder às expectativas do grupo ou às próprias.

Essa é uma emoção considerada autoconsciente ou social, porque ela nasce como conseqüência das relações sociais em que as pessoas não apenas interagem como também avaliam e julgam a si mesmas e aos outros. Ela é autoconsciente justamente porque desperta o indivíduo à consciência de si mesmo, e assim permite que regule seu comportamento.


Essa situação gera sensação de ameaça, de perigo, chamada ansiedade, que se exterioriza de diversas maneiras, dependendo de particularidades dessas forças - uma das expressões é a timidez.

Pelo senso comum, a timidez é um padrão de comportamento caracterizado pela inibição em certas situações, podendo ser acompanhado de algumas alterações fisiológicas, como aceleração da respiração e dos batimentos cardíacos. Em outras palavras, é um padrão de comportamento em que a pessoa não exprime (ou exprime pouco) os pensamentos e sentimentos, e não interage ativamente.

A timidez leva a um empobrecimento na qualidade de vida, pois dificulta a interação das pessoas em situações sociais diversas como dificuldades em participar de atividades em grupo, de praticar esportes coletivos, para falar em público, para fazer uma pergunta em sala de aula, ao abordar alguém para namoro ou relação íntima, em escrever o que pensa, ao falar com alguém em posição de autoridade, para divertir-se em público, e assim por diante.

Também pode ser agravada por experiências que estabeleceram medo do fracasso na relação com o outro, causando comportamentos de fuga que é reforçado pela sensação da paralisação corporal diante da eliminação do risco, porém esse isolamento dificulta o progresso pessoal e acarreta sofrimento psíquico.

Muitas vezes as pessoas aprendem a conviver com a timidez e não procuram tratá-la, porém se não cuidada de forma devida ela pode se tornar crônica e evoluir para uma patologia, principalmente quando o adolescente não consegue superá-la ao entrar na vida adulta.

Tem-se aí a fobia social, quando a pessoa passa a evitar todas as situações sociais que não lhe são impostas pela mais absoluta necessidade. Assim, compelida a garantir sua sobrevivência, a pessoa pode, com algum sacrifício, trabalhar, mas evita outras situações que exijam exposição social, como comer em restaurantes, falar em público ou usar banheiros públicos. Quando submetida a essas situações, suas reações físicas são mais visíveis e intensas. Além das sudoreses e tremores comuns nos tímidos, o fóbico sofre de taquicardia, náuseas e desconforto abdominal.

Mais grave que a fobia social é o transtorno ou síndrome do pânico que não depende de nenhuma interação social ou mesmo da presença de outra pessoa para que se desencadeie o processo patológico em que a pessoa apresenta sensação de desmaio ou de morte iminentes.

Ter muita timidez pode nos dificultar a vida, impedir-nos de fazer muitas coisas e não deve ser tratada como coisa qualquer, requer atenção. Contudo há um lado positivo, pois algum grau dela é necessário. Se não nos preocupássemos nem um pouco com o que os outros pensam, não mediríamos nossas ações e não repararíamos nossas faltas. A vida social ficaria bem mais difícil, o que é uma ironia para os tímidos, para quem a vergonha parece impedir os contatos sociais.

Parece que a timidez é como vários outros traços humanos: é necessária em pequena dose, mas sua falta ou excesso pode nos colocar em apuros.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

VERDADES SOBRE A MENTIRA

E esse tal “dia da mentira”?


Há muitas explicações para o 1 de abril ter se transformado no dia das mentiras ou dia dos bobos. Uma delas diz que a brincadeira surgiu na França.

Tudo começou em 1564, quando Carlos IX, rei de França, por uma ordonnance de Roussillon, Dauphine, determinou que o ano começasse no dia primeiro de janeiro, no que foi seguido por outros países da Europa. É claro que, no início, a confusão foi geral, uma vez que os meios de comunicação ainda eram inexistentes. Não havia rádio, televisão, nem mesmo o jornal, pois a invenção da imprensa, por Gutenberg, só aconteceu muitos anos depois.

Desde o começo do século XVI, o Ano Novo era festejado no dia 25 de março, data que marcava a chegada da primavera. As festas duravam uma semana e terminavam no dia 1 de abril. Depois da adoção do calendário gregoriano, o rei Carlos IX determinou que o ano novo seria comemorado no dia 1 de janeiro. Alguns franceses resistiram à mudança e continuaram a seguir o calendário antigo, pelo qual o ano iniciaria em 1 de abril. Gozadores passaram então a ridicularizá-los, a enviar presentes esquisitos e convites para festas que não existiam. Essas brincadeiras ficaram conhecidas como plaisanteries.

No Brasil, o primeiro de abril começou a ser difundido em Minas Gerais, onde circulou A Mentira, um periódico de vida efêmera, lançado em 1º de abril de 1848, com a notícia do falecimento de Dom Pedro, desmentida no dia seguinte. A Mentira saiu pela última vez em 14 de setembro de 1849, convocando todos os credores para um acerto de contas no dia 1º de abril do ano seguinte, dando como referência um local inexistente.

A brincadeira ainda perdura nos dias atuais e o primeiro de abril é sempre comemorado com muitas mentirinhas!!! Rsrsrrs

E nessa brincadeira cabe uma reflexão, pois a mentira sempre foi uma prática entre os homens durante toda a sua história. Infelizmente, vemos que esse comportamento ainda existe em nossos dias. Eles estudaram, cresceram, amadureceram, mas continuam mentindo para camuflar seus erros e levar vantagem em algumas situações.

Muitas vezes levadas pela insegurança de ser aceitas tal com o são, as pessoas podem cair na tentação de enriquecer suas histórias e enaltecer suas habilidades de forma a causar uma impressão mais favorável em outras pessoas.

Aprendemos desde cedo as vantagens da mentira. Ainda crianças aprendemos a dizer que a mãe não está em casa, quando ela quer evitar atender ao telefone, aprendemos os benefícios de uma mentirinha para não ganhar um castigo, e assim por diante. Ah! Não esquecendo das mentiras a que se obrigam os netos, quando os avós perguntam de quais avós gostam mais...

Mas o mentiroso também passa por dificuldades, e quanto mais cai na tentação de mentir, tanto mais difícil vai ficado controlar a abundante base de dados das versões de suas mentiras, mais difícil vai ficando garantir a coerência de suas estórias, mais necessidade de novas mentiras para encobrir as antigas...a farsa cresce em progressão geométrica.

Diante dessa frequência fisiologicamente humana há, naturalmente, uma tendência em banalizar a mentira, ou inocentemente classificar nossa mentirazinha cotidiana como sendo do tipo positiva, aquela que além de não prejudicar pode até ajudar pessoas (...o senhor me parece mais saudável hoje do que ontem... conheci seu filho, um jovem magnífico...), ou mentira negativa, aquela que prejudica. Enfim, a mentira fisiológica pode até facilitar a integração social, e de tal forma que as pessoas com inata dificuldade para essas mentirinhas corriqueiras são tidas como ingênuas, socialmente pouco habilidosas, falta-lhes jeito ou, como se diz, não têm “jogo de cintura”. Uma das razões interiores mais comuns para mentir é a insegurança ou baixa auto-estima. Como dissemos, a mentira passa ao outro uma imagem de nós próprios muito melhor do que de fato acreditamos ser. Mente-se também por razões externas, de acordo com as pressões para sucesso na vida em sociedade.


Há também mentiras por razões patológicas, desde aquelas determinadas por uma personalidade problemática, até as outras, produzidas por neuroses francamente histriônicas, como é a Síndrome de Münchhausen e de Ganser.

A Síndrome de Münchhausen é relativamente rara, de difícil diagnóstico, e caracterizada pela fabricação intencional ou simulação de sintomas e sinais físicos ou psicológicos sempre de natureza fantástica em um filho ou em si próprio.

Mentirosos compulsivos, de dinâmica psíquica rica em conflitos e complexos, que representam personagens tal como fazem os atores, e refletem aquilo que gostariam de ser. Ao perderem o controle sobre o impulso de mentir o personagem criado suplanta o ego e a personalidade toda é tomada por um falso e inaltêntico ego.

Nesta síndrome a pessoa não suporta a ideia dela ser comum, normal, trivial. Ela tem que ser super especial, tem que ter peculiaridades completamente excepcionais e fantásticas. Essa inclinação impulsiva para a mentira reflete uma grande vontade em ser admirado, de ser digno de amor e consideração pelos demais, consequentemente reflete uma grande insatisfação com a realidade em que vive.

É preciso ficarmos alertas! Uma mentirinha aqui pode se tornar algo prejudicial para o mentiroso, que se torna compulsivo em mentir, e para as pessoas que estão ao seu redor, que passam a não mais acreditar e confiar mais nessa pessoa, tornando os relacionamentos ruins entre eles, baseado na desconfiança e no descredito.



Referencia: Ballone GJ - Sobre a Mentira - in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.med.br, 2006


quarta-feira, 30 de março de 2011

Você sabe o que é NOMOFOBIA?

Há pessoas que não conseguem ficar sem o celular nem por um instante. Essas pessoas entram num estado de profunda ansiedade e angústia quando se veem sem o aparelho, quando ficam sem créditos ou com a bateria no fim. A necessidade de estar conectado ultrapassa todos os limites. O nome vem do inglês no + mobile + fobia, ou seja, "fobia de permanecer sem conexão móvel", que inclui internet e celular. Essas pessoas não saem de casa sem o celular, mantêm o telefone ligado 24 horas por dia e sentem ansiedade quando o esquecem em casa. Elas ainda se sentem rejeitadas quando ninguém lhes telefona ou quando percebem que os amigos recebem mais ligações do que elas. Quando ficam sem bateria ou fora da área de cobertura, se sentem ansiosas, angustiadas e inseguras.
Pessoas que sofrem de nomofobia deixam o celular ligado 24 horas por dia, sentem-se rejeitadas quando ninguém lhes telefona e enfrentam síndrome de abstinência quando estão sem o aparelho. O problema pode estar ligado a outros transtornos, como ansiedade e depressão.

Nomofobia no Brasil
A empresa francesa de pesquisa Ipsos publicou um estudo sobre o impacto do celular na vida cotidiana e mostrou como esse aparelho mudou a vida dos usuários. Os resultados revelaram que 18% dos brasileiros admitiram ter dependência dos seus aparelhos. "Com esta nova liberdade, novas regras de coexistência têm influenciado e ditado pela comunicação e interação entre os indivíduos. Esta mobilidade leva a uma sensação de liberdade e a uma percepção de que podemos ter o mundo em nossas mãos. Essa sensação pode gerar um comportamento ambíguo de poder e medo", diz a pesquisadora Anna Lúcia Spear King.


Para a psicóloga Sylvia van Enck, do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso, da USP, a nomofobia é um transtorno do controle dos impulsos com um forte componente de ansiedade generalizada. Alguém que apresenta algum transtorno no controle dos impulsos tem dificuldade para resistir à tentação de executar um ato que possa vir a ser prejudicial para si ou para os outros e obtém alívio e diminuição da tensão emocional e física quando a ação é executada. "O transtorno de ansiedade faz parte da caracterização dos transtornos no controle dos impulsos e, neste caso, a pessoa é acometida por uma apreensão negativa em relação aos eventos futuros, provocando sensações de inquietação psíquica e sintomas físicos desagradáveis", diz a psicóloga. Não é fácil se "desplugar" do celular, uma vez que, na sociedade tecnológica, o aparelho é sinônimo de status e inclusão social. "Podemos entender que o uso do aparelho celular, mesmo que não excessivo, especialmente em relação à população jovem, esteja relacionado aos aspectos de inclusão social e conectividade entre os amigos. Por outro lado, com o avanço dos recursos tecnológicos, adquirir um aparelho cada vez mais sofisticado confere status econômico e social, o que pode estar relacionado à busca de reafirmação da identidade psicológica dos adolescentes nesta fase da vida", analisa Sylvia. O mercado oferece uma infinidade de aparelhos, e é difícil resistir à tentação de adquirir o mais novo modelo. Devemos ficar aletas também a uma outra consequência que essa dependência do celular vem causando: "Há um risco no desenvolvimento da insegurança pessoal que pode ser também o reflexo da insegurança dos pais, que precisam estar sempre tendo notícias do paradeiro dos filhos. Outro aspecto a ser considerado é a diminuição na resistência à frustração diante da espera de um contato ou do silêncio do outro, gerando ansiedade, angústia... que se não controlados, podem desencadear comportamentos agressivos, reflexos da intolerância gerada pela nomofobia", diz Sylvia.


A nomofobia é um transtorno do controle dos impulsos com um forte componente de ansiedade generalizada

Anna Lúcia lembra que nomofóbicos são pessoas que apresentam um perfil ansioso, dependente, inseguro e com uma predisposição característica dos transtornos de ansiedade que podem ser, por exemplo: transtorno de pânico, fobia social, fobia específica, transtorno de estresse pós-traumático; e costumam ficar dependentes da internet por medo de estabelecerem relacionamentos sociais ou afetivos pessoalmente. "Com o celular em mãos, essas pessoas têm a sensação de estarem acompanhadas e se sentem mais independentes.

Muitas pessoas nomofóbicas, porém, não aceitam que são portadoras desse tipo de fobia e atribuem a sua angústia a várias outras causas. Colocam a culpa no trabalho ou na necessidade de se comunicar com a família ou com amigos, no caso de alguma emergência.


Uso excessivo do celular


Os critérios que orientam a identificação do uso excessivo de celular são: manter o celular sempre à mão, 24 horas por dia - mesmo quando dormindo -, para não perder qualquer possibilidade de contato; Abandonar as atividades para atender a qualquer chamada do celular (muitas vezes interferindo em situações de trabalho, estudo, reuniões sociais e familiares); Manter invariavelmente a bateria do celular carregada; Quando esquecer o celular em algum lugar, voltar para buscá-lo, pois, do contrário, este fato pode gerar extrema ansiedade (como se faltasse algo essencial). Em casos mais graves, as pessoas podem apresentar alterações de humor, da respiração, taquicardia, ansiedade.



Fonte: Revista Psique

quinta-feira, 17 de março de 2011

Ecce Homo


Como entender a masculinidade moderna, sem os velhos moldes de força e firmeza, se até mesmo os próprios homens estão perdidos, sem saber se ainda abrem ou não o famoso pote de azeitonas?

Depois da revolução feminina, em que a mulher deixou de ser a bonequinha da casa, dividindo responsabilidades com seus parceiros e conquistando espaços cada vez maiores no mercado de trabalho, antes dominante pelos homens, agora é a vez deles! Muito se tem ouvido falar sobre os "metrossexuais", mas afinal de contas, quem são esses novos homens? Achamos essa matéria sobre o assunto da revista Psique bem legal.

Por Jorge Forbes

Não se fazem mais homens como antigamente”, reclama a velha senhora na soleira de sua porta, ao ver chegar o amigo da sua neta, encostando o carro. Arrumado demais, combinado demais, manso demais, indeciso demais, enfim – ela não quer confessar, mas caraminhola baixinho – o moço lhe parece feminino demais.
A velha senhora tem alguma razão em observar que os homens, hoje, não são feitos da mesma maneira da qual ela estava habituada. Intuitivamente, ela nota – mesmo que não aceite – que a identidade humana é maleável, que muda conforme o tempo, abraçando o relevo da paisagem de sua época.
Estamos assistindo a uma mudança de um período no qual o laço social que era vertical, gerando estruturas piramidais – o que provocava o estabelecimento de relações hierárquicas e padronizadas – passa a uma nova situação, na qual as relações humanas são horizontais e múltiplas, em tudo, muito diferentes dos modelos estáveis anteriores. No que toca à identidade masculina, ela passou de uma inflexibilidade poderosa, coerente com a verticalidade disciplinar do mundo de ontem, para uma participação interativa flexível, exigência do tempo presente. Traduzindo em miúdos: um homem era visto, caricaturado e admirado como alguém forte e firme em suas decisões – sem frescuras, sem dúvidas, sem titubeios – inflexível em sua vontade pétrea, como se elogiava barrocamente. Agora, nesses novos tempos, mais importante que dar ordens é convencer e seduzir; melhor que ser sempre igual, é mostrar-se criativo, respondendo diferentemente, conforme o aspecto de cada situação. Para as novas exigências, a carapaça do típico macho envelheceu, se despregou do seu corpo, caiu, e ele se vê tão perdido quanto cobra trocando de pele, ou siri que ficou nu e tem medo de ser catado. Reage atordoado procurando novas formas de ser e aparecer que lhe devolvam a segurança perdida; hipertrofia os traços machistas em academias fabricantes de abdomens tanquinhos, ao mesmo tempo em que vai perdendo a vergonha de confessar seu interesse no melhor creme, na cirurgia plástica, na mais atraente e chocante combinação de roupa.

PARA AS NOVAS EXIGÊNCIAS, A CARAPAÇA
DO TÍPICO MACHO ENVELHECEU,
SE DESPREGOU DO SEU CORPO, CAIU,
E ELE SE VÊ TÃO PERDIDO QUANTO
COBRA TROCANDO DE PELE


Pobres homens, a pós-modernidade não lhes é em nada tranquila. Enquanto as mulheres nadam de braçadas, pois o detalhe, a singularidade, o inusitado – características próprias à horizontalidade despadronizada – são a sua praia, os homens sofrem, se angustiam, por se verem sem a bússola do dever bem definido que lhes orientava tão corretamente e, tanto quanto aquela velha senhora, também desconfiam de sua própria sexualidade. Buscam os mais diversos consolos, alguns bem engraçados e paradoxais, como os grupos do Bolinha: confrarias das mais diversas, mais comuns as de vinho e as de comida, que, sob o manto disfarçador do refinamento do gosto, escondem a mais básica vontade de perguntarem uns para os outros como cada qual está se virando diante dessa verdadeira revolução. Isso, quando não contratam treinamentos supostamente disciplinadores e eficientes de tropas de elite, que tentam loucamente instalar em suas empresas, onde gostam de se travestir em generais incontestados, fazendo que os funcionários incomodados “peçam para sair”, tal como aprenderam naquele filme de sucesso.
Pouco a pouco, ficará claro para a maioria que a masculinidade não se baseia em nenhum grupo de iguais – sejam eles confrarias ou exércitos –, mas, tudo ao contrário, na possibilidade de suportar a expectativa da diferença, aquela representada pelo enigma de uma mulher frente a um homem. De nada vai lhe adiantar querer calá-la – ou calá-lo, o enigma – com alguma resposta pronta do gênero de bolsas ou perfumes de marcas supostamente exclusivas – mas em algo tão singelo, quão difícil: sabendo fazê-la rir, sonhar, se surpreender. Ecce Homo.





Jorge Forbes é psicanalista e médico psiquiatra. É Analista Membro da Escola Brasileira de Psicanálise (A.M.E.), Preside o IPLA – Instituto da Psicanálise Lacaniana e dirige a Clínica de Psicanálise do Centro do Genoma Humano da USP.
www.jorgeforbes.com.br

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Como encontrar o amor?

Já que falamos sobre amor no último post, resolvi postar essa matéria escrita pela psicologa Juliana Amaral que nos questiona se sabemos o que é uma pessoa interessante para nós?

Vejo muitos que buscam um amor, uma relação, alguém para amar e compartilhar, e percebo muitas dessas mesmas pessoas caindo em situações repetidas de desencanto, de frustração, de desânimo.

Acontece que a escolha de um parceiro envolve muitos aspectos subjetivos e objetivos. É preciso que se conheça bem, que aprenda com as experiências, que saiba o que lhe faz bem e o que faz mal. Claro que quanto mais experiências você viver, mais a simples idéia de que se aprende vivendo se aplica e ajuda. É fundamental aprender a fazer uso do que passou, pode ser muito útil em uma próxima escolha.

Alguns são exigente demais, criam filtros, critérios e peneiras que mais servem como barreiras contra relacionamentos e distanciam pessoas que poderiam ser muito interessantes. São tão exigentes em suas escolhas que se perdem no meio do caminho, se perdem em meio a tantos obstáculos impostos e terminam com a sensação que não existe ninguém legal com quem se relacionar. Acreditam que esse mecanismo os levará ao amor ideal quando na verdade o que vimos acontecer é o inverso, pessoas queixosas, insatisfeitas e sempre infelizes com aqueles que surgem ao redor.

Existem os traços inconscientes das escolhas e é preciso ter alguma compreensão sobre eles. Nem sempre é fácil percebê-los, mas nas situações onde se repetem as mesmas frustrações, os mesmos dramas, os mesmos problemas de relacionamento, podemos dizer que aí nesse ponto algo inconsciente está atuando, seja um modelo de relação que tenha vivido em sua família, seja um nó da sua personalidade, seja um mesmo perfil de namorado. Fato é que algo essa repetição está te mostrando algo, pare e preste atenção.

Para encontrar uma pessoa interessante, para amar alguém é preciso que haja uma percepção ampla sobre si mesmo e suas escolhas, os critérios são sim importantes, mas não podem fechar portas, é necessário o uso do bom senso, da intuição, do livre canal para o afeto encontrar espaço e se manifestar.

Parece existir atualmente uma proteção exagerada contra as relações, um medo de se tornar frágil, sem controle, vulnerável ao amor. Me parece um marco dessa geração, das pessoas que buscam, mas criam elas mesmas inúmeros impedimentos, daqueles que entram em sites de relacionamentos, frequentam festas e lugares onde existem solteiros e quando se deparam com uma chance dizem o quanto que temem sofrer ou se defendem dizendo que desejam apenas aproveitar a solteirice. Aquele que muito teme sofrer, que muito teme se relacionar também teme amar, já que o amor é um risco, uma entrega sem garantias, sendo entretanto um encontro fundamental para o ser humano.

O encontro com o "interessante" é acima de tudo o encontro com a sua capacidade em se permitir ser feliz. Aquele que despertou algo em você se tornará verdadeiramente interessante no momento em que as portas para um relação estiverem abertas. O interessante pode estar na surpresa, no inesperado, no pouco programado e pouco planejado, está na forma saudável de enxergar o mundo e na forma saudável de nele se viver.

Gostaram da matéria? Deixe seu comentário...

abraços,
Ada e Kellen

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

VAMOS FALAR DE AMOR



Encontros e desencontros sempre fizeram parte de nossa vida, assim como o amor, do qual ficamos à procura na esperança de que a qualquer momento encontraremos o ser amado, o complemento que falta para dar sentido a nossa vida. Um encontro perfeito calcado na idealização de uma garantia de felicidade eterna e numa completude jamais imaginada.

Freud, em um trecho citado no Mal estar da civilização, mostra-nos um pouco dessa completude que tanto buscamos no ser amado quando diz: “Quando um relacionamento amoroso se encontra em auge, não resta lugar para qualquer outro interesse pelo ambiente, um casal de amantes se basta a si mesmo(...)

Mas então, o que seria o amor?

O amor consegue ser simples quando o sentimos e complexo ao tentarmos descrevê-lo. Assim como a meta da pulsão é satisfazer-se, a meta do amor é encontrar-se. E nós, divididos como estamos, caminhamos infatigavelmente a procura da nossa outra metade.

O sujeito apaixonado percebe o outro como um Tudo e o ser amado passa a ser a causa animadora dos nossos próprios desejos. Na ilusão de um ser total completo, no qual nada falta, que lhe pode dar tudo e negar nada.

Nas relações amorosas, cria-se uma dependência do outro, um momento em que há um estado de fusão. A perda desse amor pode levar a uma desilusão, que vai demandar defesas narcísicas e marcar a personalidade. Marcará também a busca de um amor primitivo, com necessidade de fusão, talvez na tentativa de continuar o processo que foi interrompido.

A partir daí, podemos ver uma suposta causa de inúmeros sofrimentos de amor, onde o ser apaixonado tenta alcançar no outro um gozo impossível. O amor envolve a dependência e a possibilidade da perda. Tanto nos apanha em seus braços fortes e nos carrega rumo ao encantamento, como nos permite o contato com intensos sofrimentos.

Quando estamos em “busca do amor”, estamos em risco. Essa procura nos convida a fazer uma aposta onde nos colocamos em jogo, no qual estaremos fadados a perder ou ganhar. Diante desse convite que a vida nos oferece, será que estamos preparados para perder? A resposta, porém é clara, não estamos preparados para o fracasso!

A perda de um amor ou dificuldades em tolerar o sofrimento decorrente das frustrações das expectativas em um relacionamento amoroso, trás a nós um esvaziamento. Assim, buscamos reaver o que perdemos ou compensar aquilo que nos falta.

A desejada captura da ‘essência do outro’ na verdade refere-se à uma busca de nós mesmos. Sócrates no texto ‘Banquete’ leva seus ouvintes à conclusão de que o amor não pode ser belo, pois ama-se sempre aquilo que lhe falta e o amor, que ao belo sempre ama, (quem ama o feio, bonito lhe parece) só pode então ser destituído de beleza. Neste sentido o amor mostra uma de suas facetas mais narcísicas: a pessoa dirige seu amor ao que ‘ela própria gostaria de ser’, e porque não dizer como Sócrates: “ao que ela própria gostaria de possuir”.

Mas acima de tudo o que precisamos entender é que amar é também arriscar a viver em um mundo de possibilidades e que não podemos viver no lugar do outro algo que lhe é próprio, que não podemos apartar o sofrimento de quem quer que seja, no máximo, acompanhá-lo.

E diante de tantos desencontros, por que será que continuamos nossa incessante busca por nossa “cara metade”? Deixe sua opinião.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Síndrome do fim de férias...


E então pessoal, passado a loucura das festas de final de ano nada melhor que curtir as boas e merecidas férias! Um tempo pra relaxar e esquecer um pouco os problemas do nosso dia a dia... Mas que também já está chegando ao fim!

Tudo bem que todo mundo sabe que o ano só começa de verdade depois do carnaval, mas já esta na hora de voltarmos à velha rotina e nos readaptarmos novamente.

Em tese, as férias são um período para recarregar as energias e voltar ainda mais disposto para o trabalho - o descanso serviria até para melhorar a produção. Mas para 23% dos trabalhadores entrevistados em uma pesquisa do ISMA-BR (International Stress Management Association no Brasil), a depressão pós-férias seria recorrente na volta às atividades do dia a dia.

Quem mais sofre com a volta às atividades é quem trabalha sem motivação. A maior vulnerabilidade está entre os profissionais das áreas financeira, de saúde, informática, ou que estejam trabalhando fora da sua área de formação. Do total de afetados, 93% alegam insatisfação profissional; 86% não vêem possibilidade de promoção ou aperfeiçoamento profissional; 71% acreditam que o ambiente é hostil ou não-confiável e para 49% há conflitos interpessoais no trabalho.

Os profissionais que sofrem de depressão pós-férias têm sintomas que podem ser divididos em físico, emocional e comportamental. Entre os sintomas físicos, 87% sentem dores musculares e de cabeça, 83% reclamam de cansaço, 42% dizem sofrer de insônia e 28% apontam problemas gastrointestinais. Entre os que sofrem de sintomas emocionais, o sentimento de angústia foi apontado por 89%, ansiedade por 83%, culpa por 78% e raiva por 61%.

De acordo com Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR, "tirar férias é fundamental para recompor as energias. Mas para manter os benefícios ganhos nessa fase é interessante que os profissionais dividam as férias em períodos mais curtos e mais frequentes, ao longo do ano". A especialista afirma que essa estratégia minimizaria o impacto do retorno à rotina.

Até mesmo por período mais curtos isso pode acontecer, certa vez escutei falar de uma tal “síndrome do domingo a noite”, que acontece com o fim do final de semana, ao chegar a noite de domingo a pessoa já se liga no trabalho e entra em desespero só de pensar no que a espera pela segunda de manhã. É uma tortura pensar que no outro dia terá que começar tudo de novo, e muitas vezes isso acontece realmente porque as coisas no trabalho não estão lá aquela coisa! Ou porque o trabalho que realiza não lhe dá prazer, a pessoa está infeliz nas suas atividades.

E você? Tem a síndrome do domingo a noite? Ou é uma das poucas pessoas que voltam de férias abraçando todos do escritório?

* O estudo foi realizado com 540 profissionais das cidades de Porto Alegre e São Paulo, entre 25 a 60 anos de idade.