Pessoas que sofrem de nomofobia deixam o celular ligado 24 horas por dia, sentem-se rejeitadas quando ninguém lhes telefona e enfrentam síndrome de abstinência quando estão sem o aparelho. O problema pode estar ligado a outros transtornos, como ansiedade e depressão.
Nomofobia no Brasil
A empresa francesa de pesquisa Ipsos publicou um estudo sobre o impacto do celular na vida cotidiana e mostrou como esse aparelho mudou a vida dos usuários. Os resultados revelaram que 18% dos brasileiros admitiram ter dependência dos seus aparelhos. "Com esta nova liberdade, novas regras de coexistência têm influenciado e ditado pela comunicação e interação entre os indivíduos. Esta mobilidade leva a uma sensação de liberdade e a uma percepção de que podemos ter o mundo em nossas mãos. Essa sensação pode gerar um comportamento ambíguo de poder e medo", diz a pesquisadora Anna Lúcia Spear King.
Para a psicóloga Sylvia van Enck, do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso, da USP, a nomofobia é um transtorno do controle dos impulsos com um forte componente de ansiedade generalizada. Alguém que apresenta algum transtorno no controle dos impulsos tem dificuldade para resistir à tentação de executar um ato que possa vir a ser prejudicial para si ou para os outros e obtém alívio e diminuição da tensão emocional e física quando a ação é executada. "O transtorno de ansiedade faz parte da caracterização dos transtornos no controle dos impulsos e, neste caso, a pessoa é acometida por uma apreensão negativa em relação aos eventos futuros, provocando sensações de inquietação psíquica e sintomas físicos desagradáveis", diz a psicóloga. Não é fácil se "desplugar" do celular, uma vez que, na sociedade tecnológica, o aparelho é sinônimo de status e inclusão social. "Podemos entender que o uso do aparelho celular, mesmo que não excessivo, especialmente em relação à população jovem, esteja relacionado aos aspectos de inclusão social e conectividade entre os amigos. Por outro lado, com o avanço dos recursos tecnológicos, adquirir um aparelho cada vez mais sofisticado confere status econômico e social, o que pode estar relacionado à busca de reafirmação da identidade psicológica dos adolescentes nesta fase da vida", analisa Sylvia. O mercado oferece uma infinidade de aparelhos, e é difícil resistir à tentação de adquirir o mais novo modelo. Devemos ficar aletas também a uma outra consequência que essa dependência do celular vem causando: "Há um risco no desenvolvimento da insegurança pessoal que pode ser também o reflexo da insegurança dos pais, que precisam estar sempre tendo notícias do paradeiro dos filhos. Outro aspecto a ser considerado é a diminuição na resistência à frustração diante da espera de um contato ou do silêncio do outro, gerando ansiedade, angústia... que se não controlados, podem desencadear comportamentos agressivos, reflexos da intolerância gerada pela nomofobia", diz Sylvia.
A nomofobia é um transtorno do controle dos impulsos com um forte componente de ansiedade generalizada
Anna Lúcia lembra que nomofóbicos são pessoas que apresentam um perfil ansioso, dependente, inseguro e com uma predisposição característica dos transtornos de ansiedade que podem ser, por exemplo: transtorno de pânico, fobia social, fobia específica, transtorno de estresse pós-traumático; e costumam ficar dependentes da internet por medo de estabelecerem relacionamentos sociais ou afetivos pessoalmente. "Com o celular em mãos, essas pessoas têm a sensação de estarem acompanhadas e se sentem mais independentes.
Muitas pessoas nomofóbicas, porém, não aceitam que são portadoras desse tipo de fobia e atribuem a sua angústia a várias outras causas. Colocam a culpa no trabalho ou na necessidade de se comunicar com a família ou com amigos, no caso de alguma emergência.
Uso excessivo do celular
Os critérios que orientam a identificação do uso excessivo de celular são: manter o celular sempre à mão, 24 horas por dia - mesmo quando dormindo -, para não perder qualquer possibilidade de contato; Abandonar as atividades para atender a qualquer chamada do celular (muitas vezes interferindo em situações de trabalho, estudo, reuniões sociais e familiares); Manter invariavelmente a bateria do celular carregada; Quando esquecer o celular em algum lugar, voltar para buscá-lo, pois, do contrário, este fato pode gerar extrema ansiedade (como se faltasse algo essencial). Em casos mais graves, as pessoas podem apresentar alterações de humor, da respiração, taquicardia, ansiedade.
Fonte: Revista Psique
Matéria muito legal!
ResponderExcluirSei la acho que isto é um pouco de exagero, pessoas que não estão acostumadas com a nova realidade do mundo. Hoje estamos vivendo em um monto sim muito mais conectado, mas ate aonde isto é ruim? sera que estamos mesmo perdendo contato com as pessoa ou estamos agora com um contato muito maior com as pessoas. Lógico que perder o celular ou não estar conectado é muito ruim e causa um sentimento ruim afinal é como se o sue mundo encolhesse suas possibilidades de comunicação diminuem, se isto é bom ou ruim não cabe a mim decidir, mas que o seu mundo é limitado isto é.
ResponderExcluirO que eu tenho visto é que as pessoas preferem se conectar atraves do celular, por facilidade começamos a comparar quantas ligações uma pessoa recebe no seu aniversário e quantas visitas e pior ainda se vermos quantos scraps sao deixados pelo orkut. as pessoas estao perdendo o habito de se encontrarem, já que estão conectadas a distancia e realmente não é a mesma coisa! Acho que esse é um lado ruim!
ResponderExcluirPor outro lado vemos que tudo ficou mais fácil realmente, nao importan o quão longe uma pessoa esteja é como se estivesse a apenas um click ou enter ou send!!!
Mas o que me motivou colocar essa matéria no blog foi quando escutei de um amigo que estava teclando comigo no msn e ao mesmo tempo dirigindo...nomofobia?! Hum....rs
Como diz a matéria não podemos rotular, mas esse comportamento me chamou a atenção!
Minha namorada é minha visinha de parede e as vezes quando quero conversar com ela eu uso o telefone, quando eu poderia descer uma escada e dar cinco passos para conversar pessoalmente.
ResponderExcluirAcho isto extremamente errado e vou tentar mudar isto.
Na minha opinião a maior desvantagem da nomofobia é a falta de empatia com as pessoas. O tratamento pessoal e o "virtual" são difentes.
Um exemplo disto é o telemarketing. Você acha que se você fosse atendido pessoalemente por um funcionário de alguma empresa o tratamento seria diferente? Eu acredito que sim.
Eu trabalhei no telemarketing dos correios. Uma vez um cliente ligou falando que mandou a escritura da casa dele para um endereço via carta simples. Quando eu disse a ele que o prazo de entrega já tinha sido ultrapassado e que a modalidade de carta simples não tinha como ser rastreada, ele começou a chorar. Eu não tive nem um pingo de empatia com ele. Eu simplesmente perguntei se ele queria algo mais e desliguei.
Agora se ele estivesse frente a frente comigo, chorando e desesperado acredito que faria tudo ao meu alcance para tentar ajuda-lo e se não conseguisse acho que chorava junto com ele rs.
Tudo é mais fácil de dizer no telefone ou na internet.
Você acreditaria em uma pessoa que diz que te ama pela internet ou telefone? Mesmo que você nunca tenha conhecido a pessoa, nunca tenha trocado uma palavra.
Simplesmente a pessoa chega e diz: "Eu te amo." Qual a diferença disto ser dito por telefone/msn e ser dito olhando nos seus olhos?
Putz... Eu escrevi e reescrevi isto mil vezes, acho que falei demais e que em certos momentos me desviei do assunto.
Bom os exemplos, acho que é bem por ai, as redes sociais, o telefone fazem com que criamos relacionamentos superficiais...
ResponderExcluir