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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

VAMOS FALAR DE AMOR



Encontros e desencontros sempre fizeram parte de nossa vida, assim como o amor, do qual ficamos à procura na esperança de que a qualquer momento encontraremos o ser amado, o complemento que falta para dar sentido a nossa vida. Um encontro perfeito calcado na idealização de uma garantia de felicidade eterna e numa completude jamais imaginada.

Freud, em um trecho citado no Mal estar da civilização, mostra-nos um pouco dessa completude que tanto buscamos no ser amado quando diz: “Quando um relacionamento amoroso se encontra em auge, não resta lugar para qualquer outro interesse pelo ambiente, um casal de amantes se basta a si mesmo(...)

Mas então, o que seria o amor?

O amor consegue ser simples quando o sentimos e complexo ao tentarmos descrevê-lo. Assim como a meta da pulsão é satisfazer-se, a meta do amor é encontrar-se. E nós, divididos como estamos, caminhamos infatigavelmente a procura da nossa outra metade.

O sujeito apaixonado percebe o outro como um Tudo e o ser amado passa a ser a causa animadora dos nossos próprios desejos. Na ilusão de um ser total completo, no qual nada falta, que lhe pode dar tudo e negar nada.

Nas relações amorosas, cria-se uma dependência do outro, um momento em que há um estado de fusão. A perda desse amor pode levar a uma desilusão, que vai demandar defesas narcísicas e marcar a personalidade. Marcará também a busca de um amor primitivo, com necessidade de fusão, talvez na tentativa de continuar o processo que foi interrompido.

A partir daí, podemos ver uma suposta causa de inúmeros sofrimentos de amor, onde o ser apaixonado tenta alcançar no outro um gozo impossível. O amor envolve a dependência e a possibilidade da perda. Tanto nos apanha em seus braços fortes e nos carrega rumo ao encantamento, como nos permite o contato com intensos sofrimentos.

Quando estamos em “busca do amor”, estamos em risco. Essa procura nos convida a fazer uma aposta onde nos colocamos em jogo, no qual estaremos fadados a perder ou ganhar. Diante desse convite que a vida nos oferece, será que estamos preparados para perder? A resposta, porém é clara, não estamos preparados para o fracasso!

A perda de um amor ou dificuldades em tolerar o sofrimento decorrente das frustrações das expectativas em um relacionamento amoroso, trás a nós um esvaziamento. Assim, buscamos reaver o que perdemos ou compensar aquilo que nos falta.

A desejada captura da ‘essência do outro’ na verdade refere-se à uma busca de nós mesmos. Sócrates no texto ‘Banquete’ leva seus ouvintes à conclusão de que o amor não pode ser belo, pois ama-se sempre aquilo que lhe falta e o amor, que ao belo sempre ama, (quem ama o feio, bonito lhe parece) só pode então ser destituído de beleza. Neste sentido o amor mostra uma de suas facetas mais narcísicas: a pessoa dirige seu amor ao que ‘ela própria gostaria de ser’, e porque não dizer como Sócrates: “ao que ela própria gostaria de possuir”.

Mas acima de tudo o que precisamos entender é que amar é também arriscar a viver em um mundo de possibilidades e que não podemos viver no lugar do outro algo que lhe é próprio, que não podemos apartar o sofrimento de quem quer que seja, no máximo, acompanhá-lo.

E diante de tantos desencontros, por que será que continuamos nossa incessante busca por nossa “cara metade”? Deixe sua opinião.

3 comentários:

  1. Ninguém consegue viver sozinho por isso todos buscam um amor, mas a questão é: será que estamos preparados para receber um amor de verdade?Acredito que antes de tudo é preciso que as pessoas estejam de bem consigo mesmas, se amem, sejam felizes e satisfeitas de estar em sua própria companhia. Quando isso acontece ao encontrarmos nossa cara metade fica mais fácil aceitá-la com todas suas qualidades e assim nos completarmos na união e nas realizações.

    Parabéns meninas por nos estimular as reflexões! Continuem assim...

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  2. Bom, já encontrei meu GRANDE AMOR! rsrs porém gostaria de compartilhar um pouquinho da minha opinião, baseada em alguns estudos enquanto estava na faculdade.
    Temos basicamente 4 palavras gregas para se traduzir como amor. São elas:
    Eros (físico, sexual): Esse tipo de amor pode até incluir algum sentimento verdadeiro, mas é, basicamente, atração física, desejo sexual e expectativa de satisfação pessoal. O eros apresenta-se como amor pelo outro mas é amor por si próprio. Casamentos construídos apenas sobre bases físicas e eróticas não duram muito... Antes do pleno envolvimento físico, os pretendentes precisam se conhecer nas áreas mais importantes da alma e do espírito. Para tanto, têm que namorar e noivar, por algum tempo, antes de se entregarem um ao outro, definitivamente, no casamento. O relacionamento sexual após o casamento será a coroação de um relacionamento consolidado, comprometido e crescente.
    Storge (familiar): É o amor mais relacionado à família. A família moderna estrutura-se basicamente em torno do casamento, e nesse sentido, é uma família conjugal – sei que há a “família pós-moderna” e seus novos arranjos sociais (pais separados, casais homoafetivos, adoção pelos avós e outros). A relação familiar é algo extremamente COMPLEXA e DINÂMICA. Daí o amor se constituir em um desafio de escolha à cada dia: escolher amar o outro apesar das diferenças e do desgaste que muitas vezes a relação apresenta diante do fator tempo.
    Philos (amizade): Neste nível, o amor é menos egoísta, mas ainda contempla o prazer, a realização e os interesses pessoais. Não deveria, mas... Normalmente, desenvolvemos amizades com pessoas cujas características nos agradam, cujos interesses intelectuais e gostos compartilhamos. Desejamos e esperamos que estes relacionamentos sejam agradáveis e nos beneficiem de algum modo. Damos, sim, amizade, atenção e ajuda, mas com alguma motivação egoísta. Mesmo assim, philos é um nível de amor mais elevado do que eros. Nesse nível, “nossa” felicidade é mais importante do que “minha” felicidade. Muitos casamentos comparativamente felizes são construídos nesse nível. É muito bom quando marido e mulher são amigos. Alguns maridos e esposas dizem que se amam, mas, no dia a dia, nem amigos eles são. Prova disto é que não têm sequer prazer e empolgação com a companhia, os interesses e assuntos um do outro.
    Um casamento não pode sobreviver a menos que cresça pelo menos até ao nível do philos.
    Ágape (amor incondicional): Esse tipo de amor não é alimentado pelo mérito ou valor da pessoa amada, mas por Deus. Ágape ama até mesmo quando a pessoa amada não é amável, não tem muito valor, não corresponde. Esse amor não é egoísta, não busca a própria felicidade, mas a do outro, a qualquer preço. Não dá 50% para receber 50%; dá 100% e não espera nada em troca. Ninguém pode amar desse jeito... a menos que Deus lhe dê esse tipo de amor. Ágape é amor divino! A partir daí, espera-se que o amor de Deus se manifeste através de nós, nos nossos relacionamentos, principalmente com o cônjuge. Isto não é fácil... Todos queremos ser amados... Fazemos de tudo para conseguir um pouco de amor... E o que acontece? Nossos esforços neste sentido acabam dificultando ainda mais as coisas; talvez até afastem de nós a pessoa cujo amor tanto almejamos. A duras provas, descobrimos que é preciso amar primeiro... com amor ágape!

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  3. Estou adorando os comentários! Obrigada por compartilharem com a gente a opinião e conhecimento de vocês!!!

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Abraços,
Ada Melo - Psicóloga
ada_psique@yahoo.com.br