Está na tv, internet, jornais e por toda parte, não há como fugir desse assunto. Mas como seu filho encara essa situação?
Noticiário que divulgam amplamente manifestações que terminaram em casos de vandalismo pela cidade ou sequestros intermináveis, roubos e tantas outras notícias que geram pânico até mesmo em adultos esclarecido o que dirá em uma criança, que assiste alheia a tudo isso sem entender ao certo o que se passa. Tais fatos podem confundir e apavorar crianças, as quais podem se sentir em perigo ou achar que seus amigos ou entes queridos estão em risco.
Os pais podem ajudar as crianças a se sentirem seguras ao estabelecerem um senso de normalidade e segurança ao conversarem com elas sobre seus medos, pois serão eles que elas procurarão em busca de informação e direção sobre como reagir.
Não existe uma forma única de falar sobre esses assuntos, mas é importante que exista, dentro de casa, modelos diferentes dos vistos na TV e a liberdade de poder falar sobre o que viu ou o que sente. É preciso manter um diálogo aberto com os pequenos, de forma que eles se sintam à vontade para conversar sobre o assunto, fazer perguntas e não manter o medo escondido dentro deles. Fingir que o problema não existe ou demonstrar medo não são a melhor forma de lidar com a situação e sim ensinar para a criança que fatos bons e ruins acontecem todos os dias e não estão só na TV, mas que eles servem para a construção do aprendizado, para ensinar o ser humano a enfrentar os problemas.
Se a criança demonstrar medo com relação à violência, os pais devem escutá-la e tentar diminuir a proporção deste medo. Medo é um sentimento que faz parte do nosso emocional, o que as crianças mais precisam na hora do medo é o sentimento de acolhimento e de conforto.
O ideal é dosar – não esconda o tema nem entre em detalhes, a criança precisa mais de conforto dentro de casa do que de explicações sobre comportamentos que ela não compreende. A dica é não introduzir o assunto gratuitamente, responda o que ela perguntar. A maioria dos contos de fadas aborda a violência: bruxas, monstros e personagens do mal fazem parte do imaginário infantil. Por isso, a melhor maneira de introduzir o assunto é usar contos e fábulas, que deixam bem claro a posição do bem e do mal.
Muitos pais acabam transferindo seus próprios medos para os filhos, gerando um clima de insegurança. É necessário aprender a se controlarem e tratarem seus filhos como um indivíduo a parte, que precisa e tem capacidade de vivenciar e aprender com suas próprias experiências.
E nada de deixá-la na frente da TV assistindo a programas sensacionalistas, que mostram detalhes de atos criminosos. Explique que esse tipo de coisa acontece, infelizmente, e que os bandidos serão punidos. Mesmo que você não acredite nisso, é responsabilidade dos pais tranquilizar os filhos e reforçar que o crime não compensa.
*Ada Melo é psicóloga formada pela PUC Minas, em 2010 e especialista em MBA pela UNA, em 2012. Atua nas áreas clínica e organizacional pela abordagem psicanalítica. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve às terças sobre infância e adolescência.
Contato: ada_psique@yahoo.com.br
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Ada Melo - Psicóloga
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