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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Conflito de gerações

 
 
 26 de Julho: Dias dos Avós
 
Estive pensando, ao se aproximar a data em que se comemora o dia dos avós, em como estamos distantes dessa geração. Vivemos uma revolução em tão pouco tempo, tudo se modificou de forma muito rápida que é difícil para nossos avós acompanharem tanta tecnologia, mudanças no comportamento social que acabamos vivendo um conflito de gerações.

O texto a seguir foi escrito pela especialista em Psicopedagogia Maria Irene Maluf para a Revista Psique, a qual compartilho aqui no blog para que nos traga boas reflexões.

Os conflitos gerados pelas diferenças de objetivos de vida entre as gerações nunca foram tão marcantes como nos dias atuais. Jovens avós, filhos e netos parecem de um lado nascidos na mesma década: possuem interesses culturais e sociais similares, assim como seu gosto por moda, passeios, música, viagem, esportes é bastante próximo. De outro lado, por seus objetivos essenciais de vida, são muito distintos, parecem por vezes nascidos em séculos diferentes!

A geração dos anos quarenta e cinquenta, hoje tornada avó, foi de crianças educadas dentro de princípios chamados tradicionais, nos quais a figura paterna era extremamente respeitada, os papéis eram bem definidos, a autoridade tendia ao autoritarismo, a obediência não era discutida, posta em dúvida e, provavelmente, sua educação pouco se distinguia daquela recebida por seus pais. Tratava-se, antes de imitar, de seguir modelos, sem desejo ou necessidade de arriscar mudanças.

A linguagem, as roupas, os gostos entre as pessoas da mesma geração eram similares, mas até por qualquer desses itens se podia saber quem era o pai e o filho, claramente. Houve o começo do uso da informática para fins comerciais, embora ainda não de forma massificada, e teve início a grande revolução comportamental, como o surgimento do feminismo e os movimentos civis em favor dos negros e homossexuais. Esses acontecimentos mudaram gradativamente o pensamento, o comportamento das pessoas, a maneira de pensar e agir.


 

A geração dos anos setenta cresceu em uma fase de transformações marcantes, com muitas mudanças na família, na sociedade, no mundo: a ciência começou a sair em ritmo acelerado dos centros de pesquisas, das universidades para o mundo, para o cotidiano, alterando, definitivamente, os meios de comunicação e as relações entre as pessoas e as gerações. Evidentemente, os modelos educacionais vivenciados já não eram os mesmos, porque as necessidades do momento já não eram as mesmas. O tempo passou, a sociedade que tinha o objetivo de criar um cidadão “obediente” também foi vencida pelo anseio de educar pessoas responsáveis, autônomas em circunstâncias novas, sem padrões anteriores a seguir.

A liberdade de pensamento passou a ser uma exigência dos jovens, que começaram a se tornar senhores de sua vida, quebrando normas tradicionalmente aceitas. Experimentaram, na juventude, muitos caminhos, e amadureceram de modo diferente de seus familiares.

Ao se tornarem eles pais, não tendo um modelo educativo estabelecido e vivendo um momento extremamente dinâmico da sociedade, naturalmente, transformaram-se nos primeiros pais que têm – justificadamente – maior dificuldade em estabelecer limites entre eles e seus filhos: muitas vezes confundem os papéis, delegam responsabilidades, acabam por parecer irmãos e irmãs dos filhos, que acabam por se tornar órfãos de pais vivos. Com a desculpa ilusória de serem amigos dos filhos, deixam-nos sem pais...



Acontece que crianças são, por natureza, admiradoras de seus pais e verdadeiros “discípulos” naturais destes, e despertar uma amorosa admiração dos filhos se torna uma responsabilidade muito pesada para quem não está preparado para isso. E admiração se cria na observação, no dia a dia, de comportamentos coerentes e serenos, que transmitem segurança, geram ordem e disciplina, elementos, estes, sem os quais, obviamente, não se estruturam relações equilibradas, personalidades estruturadas, pessoas responsáveis ou autocontroladas.

Nunca se ouviu falar tanto como na atualidade em problemas disciplinares e a razão, provavelmente, está – na maioria dos casos –, justamente, na questão do autocontrole e da responsabilidade, que deixam de ser ensinados e cobrados das crianças, seja por excesso de zelo, de superproteção familiar ou por negligência, três terríveis violências contra a saúde mental infantil.




A disciplina verdadeira e duradoura é criada por uma identificação contínua e profunda com adultos, e é responsável pelo estabelecimento do autocontrole. Quando tal processo é supérfluo, as crianças desenvolvem um autocontrole frágil e, assim, sempre precisarão de alguém que as vigie, já que não sentirão a necessidade e nem a possibilidade de se controlar e agir certo em qualquer situação onde não sejam cuidadas.

O castigo entra nesse ponto, onde se exige a obediência e não o autocontrole: a punição acaba por tornar a criança menos cooperativa, o adulto perde a paciência, o autorrespeito e o respeito pela criança, e parte para a agressão física ou verbal, no desejo de reprimir o comportamento infantil.

O castigo, físico ou verbal, não leva em conta a necessidade real de se dar a oportunidade à criança de agir bem, repensar seus atos, palavras e comportamentos, de se sentir amada e respeitada ao longo de seu crescimento, e pior: não ensina autocontrole, não desenvolve o desejo de copiar comportamentos admirados por elas mesmas.

Compreendermos a relação entre as gerações. Nosso papel e responsabilidade social e familiar na criação de nossos filhos certamente farão, de todos nós, pais melhores, capazes de oferecer oportunidades reais de educar crianças e adultos equilibrados, autocontrolados, responsáveis e mais felizes em um mundo cada vez mais dinâmico.


quinta-feira, 24 de julho de 2014

Repensando a agenda







Com fim das férias é preciso colocar tudo em ordem novamente, entrar na rotina e administrar o tempo, porém, uma das grandes dificuldades de nossa época é gerenciar o próprio tempo. O que está por trás de uma rotina apertada, quase sempre não cumprida, não é só a nossa desorganização, mas algumas atitudes que nos desviam do foco das prioridades do dia, que, muitas vezes, são etapas menores de um projeto inteiro de vida. Tempo não só é dinheiro como é espaço para nossas realizações e nosso bem-estar e felicidade.

Tais atitudes são, na verdade, pequenas sabotagens inconscientes e inseguranças que nos colocam longe da objetividade necessária para lidar com uma agenda tão atribulada. E como a Psicologia pode ajudar? De diversas maneiras!!!

À medida que a Psicologia promove o emprego de emoções positivas para as atitudes em geral, o desafio deixa de sê-lo, vira oportunidade de aprendizado, torna-se mais interessante e digno de nossa vontade de ir em frente (sem a costumeira procrastinação). É o lado positivo das situações, cujo olhar moldado por uma “educação emocional” é capaz de enxergar.





Para cumprir a rotina, talvez seja necessário mudar a forma como estamos dispostos a encarar nossa agenda. Quem enxerga o dia sob uma óptica de dificuldades, desafios intransponíveis, desvia-se do principal objetivo de cada um desses desafios: vencê-los.

Para fazer uma rotina dar certo (e para que se queira cumpri-la, sem sabotagens conscientes ou não), é preciso aceitá-la, senão como escolha, mas como oportunidade de seguir um determinado caminho ou projeto que se impôs em nossa existência. Já parou para pensar que suas escolhas são inadequadas e que, portanto, seus dias serão mesmo um martírio de tarefas não cumpridas ou executadas sem prazer e objetivo real?

Planejar o dia requer também que ele esteja de acordo com o projeto de vida – incluindo as circunstâncias que se impõem ao nosso plano, claro, mas sabendo que o que vem pela frente está de acordo com o que se estabeleceu como modo de viver.

Mas isso não é tão simples como parece, e por isso, muita gente recorre à terapia ou à análise para aceitar os caminhos que seguiram sem querer (ou para abandoná-los e romper padrões em geral, determinando suas escolhas). O importante é que se tenha consciência de que algo está errado, e isso pode ser detectado, muitas vezes, a partir da rotina, da dificuldade em cumpri-la, da identificação daquilo que parece impossível de ser realizado ou realmente insuportável em seu dia a dia.





Esses são passos bem importantes para finalizar o dia sem pendências (e dar a sequência correta, em um tempo planejado, nos projetos em geral, quer sejam de curto, médio ou longo prazo). Pronto, mais uma tarefa riscada da lista de tantos afazeres. Mas o que significa tal tarefa/ desafio em seu projeto de vida?

 A Psicologia pode auxiliar, nesse caso, na identificação daquilo que lhe faz bem e que deve compor sua agenda (e em que ritmo). Você sabe do que gosta e o que quer? O autoconhecimento é necessário, o que pode ser buscado com ou sem a ajuda do especialista.

O papel da Psicologia se mostra claro no simples planejar do dia: prevenir é melhor do que remediar. Não só as patologias podem irromper sobre sua dinâmica e felicidade, mas comportamentos disfuncionais que se abatem sobre uma trajetória, que poderia mais facilmente ser bem-sucedida. O tempo, então, é tudo – e administrá-lo passa pela organização do dia, que por sua vez passa por um processo de autoconhecimento, que nos leva a saber o que queremos para o dia que se encerra e, também, por fim, para todos os dias de nossa vida. Viu como sua agenda é, de fato, importante?

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Fim de Férias

 
 
E chegou o fim das férias... acabou a copa... e tudo volta ao normal...

... Então não há mais motivos para adiar os planos, bora realizar os projetos guardados na gaveta, nada de esperar até o próximo ano, pois ainda temos um semestre inteirinho para VIVER!

Então, bora lá! Nada de desanimo!!!

Mas se está com dificuldades em começar, ou até mesmo por onde começar, busque ajuda, pois a VIDA não pode esperar!

                                                                    Faça terapia!
 
 

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Férias + Copa do Mundo = ALEGRIA

 
 


Julho chegouuuuu!!!!!!

O mês trouxe além das esperadas férias escolares a fase mais definitiva da Copa do Mundo no Brasil e estamos aproveitando pra concentrar nossas energias nessa farra boa de torcedores patriotas!

Ah, mas não podemos esquecer de aproveitar bem esse mês de descanso para recarregar a bateria para o segundo semestre que vem com tudo!

Então, bora aproveitar galera... soltar o grito de guerra, cantar, dançar, descansar... ahhh... fazer o que se gosta neh!

É amor
É tanto amor que eu sinto esse momento
É tão bonito esse mar de mãos
Ver todo mundo assim cantando junto
É maravilhoso
É amor
Felicidade transbordando em mim
Tem tanto tempo nossa união
Chegou o dia que o meu coração
Tá daquele jeito
Dá pra ver, vai ferver
Bateu a sintonia
É tempo de alegria
Tão bom dividir com você
Ôôô, ôôôôôô, ôôô...
Alegria, alegria
Ivete Sangalo - Alegria

terça-feira, 1 de julho de 2014

Vaidade Infantil







Publicado em: www.redepsicoterapias.com.br

Que menina nunca quis usar o salto alto da mamãe? Ou nunca experimentou as maquiagens e se borrou toda? Essas brincadeiras podem até ser consideradas fofas e divertidas, pois fazem parte da infância das meninas que querem ser lindas mulheres quando crescerem. Porém, essas brincadeiras devem acontecer uma vez ou outra.
 
Quando uma menina colocar um salto e tentar se equilibrar em cima dele ou aparecer com o rosto todo borrado de maquiagem, achem graça e expliquem que, assim que ela crescer, ela poderá fazer tudo isso. Esse tipo de brincadeira faz parte do universo feminino, como rabiscar a cara das bonecas, pintar as unhas ou cortar os cabelos da boneca, por exemplo.
 
A brincadeira começa a tornar-se um problema quando a criança começa a agir feita adulta. Ou então, quando a criança começa a deixar os brinquedos dos quais sempre gostou, para brincar com atividades de adultos. E é nesse momento que a vaidade infantil começa a tornar-se um problema, uma vez que a criança não se sente mais à vontade com a sua própria idade.
 
Outro dia, deparei-me com uma reportagem um tanto curiosa, que dizia sobre as crianças mais estilosas do "mundo fashion". O que??? Deparei-me com pequenos adultinhos, vestindo roupas de marca, saltos, brincos grandes, maquiagem e até bolsinhas de grife para as pequenas! E os meninos não ficam de fora: camisa social, calça jeans, tênis de marcas famosas, bonés, cortes de cabelos bem moderninhos. As crianças de hoje estão cada vez mais precoces, são mais espertas e mais focadas. Talvez o excesso de estímulos e a facilidade do mercado tenha algo a ver com isso. Atrás desta facilidade, existe a globalização, que já atingiu este público para o consumo. E o mundo da moda tem-se inovado com muito glamour e sofisticação, para atrair crianças e seduzir principalmente os pais.
 
O desejo infantil de participar do universo adulto foi contemplado com artigos que antes o prejudicava e agora ganha novas fórmulas. Os desenhos da Disney e da Pixar foram lançados nas embalagens: o xampu e condicionador da Cinderela não ardem os olhos, o gel do Relâmpago McQueen não contém álcool, os esmaltes das Princesas não estragam as unhas como os da mamãe e a loção do Homem Aranha não é forte como a do papai. Enfim, todos os produtos da linha adulta receberam novos olhares com um único objetivo: encantar as crianças espelhando em seus ídolos e heróis.
 
De olho na mudança de comportamentos da criançada, os salões de beleza especializaram-se em desenhos de unhas e penteados infantis e muitos fast foods passaram a usar brinquedos e propagandas pra lá de criativas para atraí-los. Nem mesmo o salto alto e a maquiagem ficaram de lado; e fazem sucesso entre as meninas. Coisas que deveriam ser só de brincadeira, ganharam espaço entre os pequenos em função deles trocarem os brinquedos por espelhos e muitos adereços cada vez mais cedo.
 
Cuidar-se não é ruim, se atentar com a higiene é cuidar também de unhas e cabelos. Lógico que esse cuidado pode ser no salão, o que não pode é consistir em uma rotina e as crianças produzirem-se, vivendo vários papéis espelhados nos seus heróis dos desenhos animados, príncipes e princesas dos contos de fadas e até mesmo em seus pais. No entanto, muitos pais sentem-se envaidecidos quando os outros elogiam suas crianças, chamando-os de mocinha ou rapazinho, por usarem produtos que aparentemente deveriam ser de adultos.
 
As crianças deste início do século, principalmente as de classe média alta, preferem brincadeiras diferentes. Evitam-se sujar, têm receio de amassar a roupa e passam mais tempo na frente de um espelho do que realmente brincando. O divertimento ganhou outro foco, comentários direcionados a roupas e a uma exacerbada vaidade os colocam não como crianças, mas como miniaturas de adultos. Não é culpa delas: a sociedade globalizada valoriza o possuir, o ter é muito explícito e infelizmente elas também são alvos desses padrões. E, da mesma forma que os adultos espelham-se nas celebridades para se vestir, as crianças inspiram-se nas celebridades mirins como a Suri Cruise, Raphaela Justus e a turminha da telenovela "Carrossel".
 
Quando a criança começar a crescer, sem dúvida ela irá se preocupar mais com a vaidade; mas isso não precisa ser agora. Portanto, é importante transmitir bons valores para elas, explicar que usar roupas caras não faz ninguém melhor do que ninguém, bem como a vaidade infantil ou pessoas magras não são mais especiais que as outras etc. Lógico que a vaidade é muito importante. Afinal, todos nós temos um pouco de vaidade dentro da gente. Mas, assim como tudo na vida, a vaidade também precisa de limites.
 
Criança precisa ser criança. Hoje em dia, as brincadeiras e passeios que nós fazíamos antigamente foram deixadas de lado; a criança só quer saber de computador, celular e vídeo game. Faça-a ser criança, pois essa fase nunca mais voltará e nós sabemos que vida de adulto não é nada fácil, não é mesmo?!
 
 
 
 
*Ada Melo é psicóloga formada pela PUC Minas em 2010 e especialista MBA pela UNA em 2012. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve às terças sobre infância e adolescência. Atua nas áreas clinica e organizacional pela abordagem psicanalítica. Leitura e cinema são seus maiores hobbies.
 
E-mail: ada_psique@yahoo.com.br