PsiqueOnLine

Contatos
31 8885-2932 (oi e whatsApp)
ada_psique@yahoo.com.br
Consultório de Psicologia - Eldorado/ Contagem - M.G.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Fobia Escolar

 
 
 
É uma cena muito comum: chega a hora de se arrumar para escola e o sofrimento para mãe e filho começa. A criança naquela choradeira de não querer tomar banho e se arrumar, almoça em meio as lágrimas, arrumando todas as desculpas possíveis para não ter que ir à aula e, ao entrar na van ou no carro, se joga no chão e é sempre empurrado já por uma mãe nervosa que passa por essa luta diariamente.
 
Esse assunto, então, foi parar nos consultórios e estudos em psicologia e ganhou o nome de Fobia Escolar. A fobia é um medo muito intenso e não justificável relacionado a um objeto (ou não), uma atividade ou situação, causando grande desconforto psíquico à pessoa acometida e, quando a situação é a ida e/ou permanência na escola, a expressão usada é fobia escolar.
 
O ataque de ansiedade pode ser intenso. Há um medo irracional, demonstrando impossibilidade para sair de casa e ir à escola, podendo haver cefaleia, diarreia, enurese, gritos, vômitos, dores, autoagressão etc. Podem estar presentes, também, o medo injustificado de algo, pessoa ou situação ligados à escola; verbalizações frequentes do tipo: “amanhã eu tenho que ir para a escola?”; pesadelos; intensa reação de angústia; isolamento; falta de adaptação; negativismo e crises de choro.
 
Um dos fatores que podem estar na base formadora da fobia escolar é o relacionamento mãe-filho, em dependência não resolvida, incluindo superproteção, sabotagem consciente e inconsciente dessa mãe que não quer abrir mão desse momento com o filho, o que levaria o filho a certa regressão, buscando uma superproteção já recebida outras vezes, no mesmo contexto. Esta visão psicopatológica da produção da fobia escolar nos avisa que quando a criança apresentá-la, a família deve ser avaliada e, possivelmente, ajudada por profissionais da área, buscando-se a solução não apenas na criança e na escola, mas, também, no ambiente familiar. O tratamento para o caso, além das considerações acima, deve incluir professores, diretor, orientador e psicólogo.
 
O tratamento poderá ser por meio de atendimento psicológico e é importante que, durante o tratamento, a criança não deixe de ir à escola, permitindo, inclusive, a permanência da mãe na escola durante algum tempo, podendo esta ser substituída, eventualmente, por outra pessoa. Deve-se buscar ajuda de um profissional para avaliar os vários fatores que podem estar acometendo essa criança para que ela sofra com a ida para a escola, dentre eles o bullying, o ambiente escolar e a relação com os professores.
 
Mas muitas vezes os pais não dão a atenção devida e acabam achando que a situação vai melhorar com o tempo, o que pode acarretar outros problemas, pois a criança pode até se acostumar com o fato de ter a obrigação (isso mesmo! E não mais prazer) de ir para a escola, mas acabará refletindo de outra forma, como notas baixas, comportamentos inadequados etc.
 
De nada adianta forçar a criança a enfrentar a situações fóbicas, ou chamá-la de “medrosa”, ou “boba”. É necessário fazer uma avaliação psicológica para viabilizar uma maneira adequada de auxílio, uma vez que a criança se sente frágil, e os adultos se sentem impotentes frente as crises. Essa intervenção psicoterapêutica irá fazer com que a criança supere a fobia e volte a sentir confiança em si mesma e nos outros, retomando assim a sua vida normal.
 
 
*Ada Melo é psicóloga formada pela PUC Minas em 2010 e especialista MBA pela UNA em 2012. É colunista da Rede Psicoterapias, onde escreve às terças sobre infância e adolescência. Atua nas áreas clinica e organizacional pela abordagem psicanalítica. Leitura e cinema são seus maiores hobbies.
 
E-mail: ada_psique@yahoo.com.br