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terça-feira, 24 de maio de 2011

Cisne Negro







Angustiante e confuso, Cisne Negro tem sido considerado um dos filmes mais intensos da história. A personagem Nina que transita entre o frágil e o feroz, chega a tocar o espectador, trazendo á tona aquilo que de mais indomável nos habita, a força da sexualidade e da agressividade.
No enredo, Nina (Natalie Portman) é uma dançarina dedicada, tecnicamente perfeita, subestimada pelo dono da companhia de balé (Vincent Cassel) e controlada de perto pela mãe solitária (Barbara Hershey). Quando Beth (Winona Ryder) se aposenta, surge a oportunidade dela interpretar a Rainha Cisne em Lago dos Cisnes, um papel com o qual toda bailarina sonha. O problema está no Cisne Negro, ato da peça que é o mais difícil.
Segundo a Revista Psique (2011) Nina é dominada pelo controle da perfeição, tanto no seu interior quanto no exterior. Sua rigidez encontra-se desde a disposição de seus objetos, passando pelos cabelos até os movimentos impecáveis treinados até a exaustão. Do ponto de vista psicológico há muitas tentativas de compor um diagnóstico para a personagem principal do filme, embora talvez, seja um exercício quase impossível. “Muitos teóricos apontam para o Borderline como o diagnóstico que fala da clínica contemporânea, porém, uma investigação mais detalhada nos apontaria a comorbidade como um transtorno alimentar, além dos sintomas psicóticos e de auto-mutilação apresentados na trama”.
“A única pessoa em seu caminho é você mesma” diz Thomas Leroy que quer ver na doce Nina o aparecimento do Cisne Negro. Ela, então, tomada pela ideia de perfeição, travará uma dura batalha contra si mesma, encontrando no caminho a complicada e ambivalente mãe que projeta na filha seu sonho de bailarina não realizado, se envolvendo em uma trama de dominação e inconsciente disputa com Nina, despejando sua expectativa com relação a filha e os seus anseios de realização, e que ao mesmo tempo, pela veia da inveja, tenta impedir o crescimento e a transformação dessa menina em mulher. É preciso o Cisne Negro da agressividade e da sexualidade para construir o caminho da libertação para Nina, que aprende o gozo, toma posse do seu próprio corpo, em uma clara representação de sua ambivalência: cuidado e ataque.
Nina passeia em risco entre a visão da realidade interna e externa, e acaba perdendo-se em seus emaranhados. Para dar vazão ao Cisne Negro, Nina ataca seu Cisne Branco, projetando-o em Lilly, mas ao final, totalmente em identificação projetiva, é o seu corpo o que sangra e o que salta para a morte. Sorri atingindo a ansiada perfeição.
Quantas vezes durante o filme nos identificamos com a personagem Nina e nos vimos reprimidos pelos nossos próprios desejos encarnados no papel do Cisne Branco? Porém, o Cisne Negro existe em cada um nós, esperando um momento oportuno para eclodir com intensidade e nos trazer a libertação.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Síndrome de Burnout


A Síndrome de Burnout é o esgotamento mental e físico intenso causado por pressões no ambiente profissional, que leva ao esgotamento total do paciente.


Segundo a revista Psique, um levantamento realizado pela Associação Internacional do Controle do Estresse, ISMA (International Stress Management Association), revelou que o Brasil é o segundo país do mundo com níveis de estresse altíssimos. Pelo menos três em cada sete trabalhadores sofrem a síndrome de burnout e não sabem.


O portador dessa doença muitas vezes não sabe que a possui e passa a medir sua autoestima pela capacidade de realização e sucesso profissional. Ou seja, transforma o seu desejo de realização profissional em obstinação e compulsão. Este fenômeno pode estar ligado à idéia de que ser um workaholic (pessoas que vivem para o trabalho) se tornou status para a maioria das pessoas que vivem nas grandes cidades, onde o número de estresse é maior, e consequentemente, a probabilidade do surgimento da doença.


Embora a doença esteja diretamente ligada ao campo profissional, o seu desenvolvimento não se restringe apenas à profissão. Uma pessoa pode trabalhar muito e ter uma relação saudável com o trabalho. O mercado de trabalho competitivo das grandes cidades contribui para o surgimento da síndrome e os profissionais de alta responsabilidade, estão mais propensos a desenvolver a doença.


O principal sintoma da síndrome de Burnout é a sensação de ter sido consumido pelo estresse, de estar esgotado e sem energia. Outros sintomas também são comuns, como sono ruim, cansaço dores no corpo; lapsos de memória; dificuldade de concentração; irritabilidade; desesperança, tristeza e transtorno de humor; depressão, etc. Cinismo e agressão também são bastante freqüentes.


Essa doença quando não cuidada pode até levar a morte, pequenas mudanças no dia a dia podem ser fortes aliadas, tais como: alimentação balanceada, atividades físicas, ter um hobby e manter relações sociais e familiares. Apesar da simplicidade dessas ações, poucas são as pessoas que podem segui-las.