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terça-feira, 27 de agosto de 2013

TODO PSICOLOGO É LOUCO? NÃO SE ILUDA NEM UM POUCO

(Texto escrito por Liliana Alzira Cunha para o Informativo INSIGHT em Junho de 2010-Unipac Bom Despacho)




"De medico e louco todo mundo tem um pouco”. Essa frase é bastante conhecida, direcionou-se também aos psicólogos, originou-se entre os psiquiatras. A Freud atribui-se a afirmativa de que "de perto ninguém é normal". Mas daí inventarem que todo psicólogo é meio doido, já é demais!

Ficar falando isso de forma descuidada e pejorativa é, no mínimo, tolice. Muitas vezes um sujeito chamado de "louco" é bem mais lúcido do que um pseudo equilibrado, que se intitula "normal". Normal? Que palavrinha mais questionável, e seu conceito é bem arbitrário (Eu nunca quis ser normal).

 As pessoas formadas em psicologia percorrem por um caminho que envolve submeter-se aos processos psicoterapêuticos, ver e estudar a doença mental de perto. Aprendem a enxergar que por trás das melhores aparências podem morar historias muito tristes, sabem que todos nos maquiamos a realidade e que sonhos são como verdadeiros "mapas da mina". Sabemos que nada em nossa vida passa despercebido, que nada é tão simples e que não esquecemos absolutamente nada, nos guardamos em alguma gavetinha do nosso inconsciente, com uma plaquinha do lado se fora indicando que tipo de sentimento refere-se àquele material guardado. 

O ser que estudou psicologia com afinco e mergulhou em suas profundezas de alguma forma, tem a certeza de que "entre o céu e a terra há mais misterioso que a nossa vã filosofia", como disse o grande gênio Shakespeare. Portanto, por esse saber e entender, esse individuo psicólogo pode ver a vida de forma um pouco diferente. Louco? Não, nem um pouco! Ele só tem uma relação mais intima com que é interno, observa o contexto por uma ótica cientifica, mais requintada, treinada, como se usasse uma lupa imaginaria. E quando esse psicólogo deflagra algo que alguém não quer ser ou não concorda, então, esse alguém se rebela, pois não queria ter consciência daquilo que diz "nada a ver", "você ta viajando". 

Esperam que ele seja serio, concentrado, sorria contidamente, fale com clareza, não tenha duvidas sobre nada, muito menos problemas pessoais. Será que existe alguém assim? Costuma exigir um super equilíbrio dos psicólogos, eles não podem ter falhas? Isso significa falhar em seus consultórios? Um medico não pode ter problemas de saúde, um economista passar por uma crise financeira, um advogado sofrer um processo?Psicólogos podem sim ter duvidas e problemas, mas o que vai diferenciá-los das outras pessoas pode ser a forma de resolver, entender, solucionar e manejar esses problemas. 

Ser psicólogo pode e facilitar,mas ele continuara sendo humano, cercado de outros humanos que constroem a vida com ele.


... Então Parabéns pelo seu dia!


segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O Que é ser JOVEM ???

Oi Pessoal,



Hoje, dia 12 de Agosto é do dia INTERNACIONAL DA JUVENTUDE, e me peguei com a pergunta: O que é ser JOVEM? 


Biologicamente, podemos dizer que Jovem é entendido como sendo forma imatura de um ser vivo, sendo o período antes da maturidade sexual. Para o ser humano esta designação refere ao período entre a infância e a maturidade, podendo ser aplicada a ambos os sexos e podendo haver variações no período de idade que ocorre de acordo comcultura.


Porém ser JOVEM é muito mais que um corpo, é uma mente inquietante que quer ser muito mais mesmo sendo o melhor que se poderia ser. 
É viver as emoções ao extremo: com uma felicidade resplandescente os bons momentos e com uma tristeza amargurada os maus.
É ficar apaixonado por pequenas coisas, lugares e sentimentos e querer que essa paixão dure para sempre.
É ter um lugar para ficar, mas sentir-se deslocado e rejeitado pelo que os rodeia.
Ser jovem é...uma decisão indecisa, um lugar estranho, um sentimento confuso e inacabado. É ter amigos, inimigos, conhecidos...mas nunca esquecê-los.
É pensar que não, mas ter uma inocência pura e uma visão irreal do Mundo.
É...viver ao máximo, ser o melhor possível, mas, essencialmente, acreditar e correr atrás dos sonhos!


Ser jovem é ir a uma festa para ser cobiçada, mas na hora “H” tirar o corpo fora. 

Ser jovem é querer ultrapassar limites, desprender-se da tutela dos pais e tornar-se independente. 

Ser jovem é querer correr contra o vento de cabelos soltos com uma roupa leve pra sentir o abraço do vento e o canto da liberdade sem se importar com a hora de voltar. 


É querer se prender a alguém só pra descobrir que o que mais se presa na vida é a liberdade de alçar altos vôos a qualquer hora. 


Ser jovem é andar pela avenida da cidade como se ela fosse uma passarela, você o astro e as outras pessoas fotógrafos ensandecidos por gravarem cada movimento seu. 


É querer sentir-se querido e desejado só pra reavivar o sentido da vida. 


É querer um beijo molhado, longo e apaixonado quando se está longe de tudo e de todos, e querer desprender-se quando se tem todos aos seus pés. 


Acima de tudo, ser jovem é extravasar só pra contrariar.






A juventude não é um período de vida, um efeito da vontade, ELA é um estado de espírito, uma qualidade de imaginação, uma intensidade emotiva, uma vitória da coragem sobre a timidez, do gosto da aventura sobre o amor ao conforto.

Não é por se ter vivido um certo número de anos que se envelhece; se envelhece porque abando-se o ideal de vida.

Os anos enrugam o rosto; renunciar ao ideal enruga a alma, as preocupações, as dúvidas, os temores e os desesperos, são os inimigos que lentamente nos inclinam à terra.

Jovem é aquele que se admira, que se maravilha e pergunta, como a criança insaciável: e depois?

Que desafia os acontecimentos e encontra alegria no jogo da vida.

És tão jovem quanto a tua fé.

Serás jovem enquanto te conservares assim!


Ser jovem é querer viver a vida como se o amanhã não existisse. 







quinta-feira, 8 de agosto de 2013

I Seminário sobre medicalização em BH e região

Participei ontem, dia 07 de agosto do I Seminário sobre medicalização realizado aqui em BH no auditório do BNDS, onde se reuniu diversos profissionais da área da saúde para discutirmos os excessos de medicamentos que se tem receitado nos dias atuais. Foi um dia muito proveitoso, onde aprendemos muitas coisas, mas algumas falas me marcaram profundamente... é um conhecimento que vai ser amadurecido...


" Que seu remédio seja seu alimento, que seu alimento seja seu remédio" ... e que o remédio não seja só comida, mas que seja um alimento que venha da alma....




" Não se curem além da conta. Gente curada demais é gente chata. Todo mundo tem um pouco de loucura. Vou lhes fazer um pedido: Vivam a imaginação, pois ela é a nossa realidade mais profunda. Felizmente, eu nunca convivi com pessoas ajuizadas".
"É necessário se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é possível mudar a realidade..."
Nise da Silveira


" Risperidona???? Ritalina????? Conserta?????? ..... brincar, desobedecer, teimar, aprender no seu tempo....isso é coisa de criança.... isso é ser criança.... não temos que normatizar o comportamento...devemos combater as desigualdades.... as diferenças temos que aprender a respeitar e a valorizar...."












quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Um olhar psicológico sobre o aleitamento materno

Amamentar é um ato natural, reconhecido como a melhor forma de alimentar, proteger e amar uma criança, suprindo todas as necessidades do bebê nos primeiros meses de vida, para um crescimento e desenvolvimento sadio.



O termo amamentação se difere do aleitamento materno, pois de acordo com Rego (2008, p.11): “O conceito da amamentação é o ato da mãe dar o peito diretamente para o bebê mamar e o aleitamento materno é o meio pelo qual a criança recebe o leite de sua mãe.” Seja através da mama, pelo copinho ou até mesmo pela mamadeira. 

Mas a amamentação vai muito além destes conceitos, pois além de propiciar, pelo leite materno, a melhor fonte de nutrição para os lactentes e a proteção contra diversas doenças agudas e crônicas, também possibilita um melhor desenvolvimento psicológico. 

A amamentação não é apenas uma técnica alimentar: é muito mais do que a simples passagem do leite de um organismo para o outro, ainda que diretamente ao seio. Ela é um rico processo de entrosamento entre dois indivíduos um que amamenta e o outro que é amamentado. 

No entanto, muitos são os fatores que afetam o modo como as mulheres alimentam seus filhos e o tempo durante o qual os amamentam. Isso ocorre porque sua prática tem sofrido variações ao longo dos anos, devido aos fatores familiares, biológicos, psicológicos e socioculturais.

Se hoje comemoramos o dia internacional do aleitamento materno é porque houve, ao longo dos tempos, uma grande mudança de cultura, pois a história nem sempre valorizou esse ato, pelo contrário...

Se recuarmos um pouco na história podemos verificar que a questão do aleitamento materno tem vindo a ser entendida de diversas formas ao longo dos tempos. Durante muitos e muitos anos era indecoroso, nomeadamente nas classes mais abastadas, que as mães criassem os seus filhos, e estava fora de questão a sua amamentação. Até aos finais do século passado, em muitos países europeus, o aleitamento materno estava e permaneceu a cargo de amas-de-leite.  O termo ama de leite pode ser entendido como: “A mulher que amamenta criança alheia quando a mãe natural está impossibilitada de fazê-lo.” Geralmente esse encargo era dado às escravas que já tinham filhos, não sendo frequente a amamentação ao peito da própria mãe. Já os romanos filósofos e moralistas, condenavam o aleitamento exercido pelas amas de leite, pois eles acreditavam que: “[...] o vínculo entre a criança e a ama de leite prejudicava a relação entre a criança e a mãe natural.”

Hoje em dia esta situação já não ocorre, mas continuam a existir fatores, quer sociais, quer psicológicos, para alguma ocorrência de aleitamento artificial. Então, percebe-se que, apesar de a amamentação ser uma escolha individual, ela se desenvolve dentro de um contexto sociocultural, portanto influenciada pela sociedade e pelas condições de vida da mulher.

A amamentação é muito importante, tanto como fonte de nutrição para o bebê, quanto pela transferência de imunidade que a mãe oferece a partir do colostro. Os aspectos psíquicos e emocionais do binômio também recebem ênfase especial, pois durante o aleitamento materno se estabelece a cumplicidade e o vínculo afetivo entre ambos. 

Apesar de a criança sentir necessidade física de leite, sua necessidade emocional é igualmente forte, por isso precisa do contato com a mãe, de tranquilidade e de amor, recebidos enquanto mama.

Do ponto de vista emocional, amamentar traz inúmeras vantagens, pois, a interação rica entre mãe e filho proporciona uma mútua satisfação. A ligação forte entre ambos, o contato íntimo da pele e o olhar permitem que sintam um enorme prazer neste ato. Este contato possibilita que o amor vá aumentando a cada mamada, construindo uma base sólida, vinculando para sempre mãe e filho. As crianças privilegiadas por este contato precoce com suas mães após o parto são menos ansiosas e mais tranquilas, sofrendo menos estresse causado pela separação do corpo materno.


Na verdade, o contato físico para o bebê é um estímulo agradável, que por ser uma necessidade biológica e vital, permite que ele alcance mais plenamente suas potencialidades. Porém,  o início da formação deste vínculo não começa no parto. Ele começa já durante a gravidez.  





Assim sendo, faz-se necessário deixar que mãe e bebê se reconheçam, pois, um sistema de comunicação equilibrado entre ambos é que vai orientar e facilitar a relação da mãe com a criança e a consequente formação do vínculo, que vai se solidificando no desenrolar desta interação. 

A amamentação é um direito adquirido pela mãe. Dar de mamar depende da sua escolha e de algumas questões culturais que envolvem a família, o marido e até fatores estéticos. Algumas mulheres se adaptam à nova rotina, outras não. Isso acontece porque, apesar de ser um ato natural na teoria, na prática o processo pode ser bem mais difícil. 

As dificuldades e o possível fracasso serão maiores quanto menor for a preparação e conscientização da futura mãe no período pré-natal. Se, por falta de oportunidades da mãe interagir com seu filho, o estabelecimento do vínculo e apego for prejudicado, pode gerar desordens no relacionamento futuro de ambos. 

Há sistemas neuroquímicos, como os da ocitocina e vasopressina, desenvolvidos no cérebro da criança, que operam em sintonia com o afeto materno, reforçando o equilíbrio emocional ou gerando agressividade e outros comportamentos sociais. São sistemas sensíveis aos cuidados com a criança durante os primeiros anos de vida. Seus efeitos dependem do vínculo afetivo que se estabelece entre a mãe, a criança, o pai e a família como primeiro grupo social. 

Pelo exposto acima percebe-se que, quando essa vinculação afetiva não acontece na infância é muito provável que tenhamos um adulto incapaz de vincular-se nos grupos sociais, com facilidade para o descontrole das emoções, caminhando para a agressividade. Por isso, incentivar o vínculo afetivo na idade adequada é um direito fundamental do ser humano, pois é ele vai garantir suas relações estáveis e seu equilíbrio emocional. E a intimidade física da prática de amamentar dispensa os obstáculos que possam existir de forma tal que nenhum 
outro esforço consciente por parte da mãe consegue igualar.




Sendo assim, o que dizer da mãe quando por motivos diversos se vê impossibilitada de amamentar? Como fica sua imagem de boa maternagem? Abre-se aí um hiato entre a maternidade e a amamentação, sendo necessário analisar todos os aspectos subjetivos e emocionais, advindos da prática interrompida, já que esta pode trazer sérias consequências psicológicas para o binômio.

Importante reforçar que durante a nutrição do bebê pela mamadeira deve-se ter como elemento mais importante as condições para que se estabeleça uma relação de cumplicidade satisfatória entre a dupla, para que assim também ocorra um desenvolvimento satisfatório do bebê. 

O apego ao filho não nasce repentinamente e nem sempre será instintivo ligar-se a ele. Este vínculo se estabelece continuamente e os bebês contribuem efetivamente para que ele ocorra 
desde as primeiras horas após o parto. O elo afetivo formado será imprescindível para o desenvolvimento infantil e sua falta pode prejudicar a criança. Desta forma, um bebê que não foi amamentado ao seio, não será necessariamente infeliz, considerando que, mãe e filho, podem desfrutar de sensações incríveis de amor e confiança de outra forma.

Porém, é inegável que uma amamentação eficiente desperta na mulher um sentimento de ligação mais profunda com o filho e de realização como mulher e mãe. No entanto, qualquer nutriz pode ter experiências boas e agradáveis, ao mesmo tempo em que, difíceis e cansativas. 

Podemos aferir desta observação que para ser boa mãe não há a obrigatoriedade do aleitar, salvo se a mulher assim o queira. Não existe, portanto, qualquer impedimento para que mulheres que não amamentem não sejam encorajadas a dar atenção e amor ao seu bebê. Além disso, nem sempre uma experiência bem sucedida de amamentação resulta num bebê satisfeito, se esta amamentação não resulta de uma verdadeira riqueza de experiência e de envolvimento.

O amor de mãe e filho é construído aos poucos a cada contato e que se este for 
um contato de qualidade, terá influências positivas na vida do bebê nos primeiros 
meses e futuramente também. Da mesma maneira que vai favorecer o 
relacionamento com outras pessoas no decorrer de sua vida e na sua capacidade de 
ser feliz.

A grande questão aqui discutida é como dar conta desta representação 
do mito da mãe perfeita para as mães impossibilitadas de amamentar? Como criar 
condições para que as mães possam amamentar com alegria e tranquilidade os 
seus filhos?

Quando existe a impossibilidade de amamentar, cabe à mãe achar suporte na família e naqueles que a cercam, uma vez que elas são levadas a acreditar que a amamentação além de ser um momento de grande importância para o binômio, também é fundamental para a construção da relação afetiva entre ambos. Atitudes desta natureza colaboram para que, este momento único, carregado de emoções e significados, seja conduzido de forma mais tranquila.

Da mesma maneira, o apoio do profissional de saúde será essencial, tendo em vista que, na dinâmica da alimentação, seja por aleitamento no peito ou por meio artificial, o profissional de saúde tem um papel importante na promoção dos recursos naturais e ambientais.