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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Como encontrar o amor?

Já que falamos sobre amor no último post, resolvi postar essa matéria escrita pela psicologa Juliana Amaral que nos questiona se sabemos o que é uma pessoa interessante para nós?

Vejo muitos que buscam um amor, uma relação, alguém para amar e compartilhar, e percebo muitas dessas mesmas pessoas caindo em situações repetidas de desencanto, de frustração, de desânimo.

Acontece que a escolha de um parceiro envolve muitos aspectos subjetivos e objetivos. É preciso que se conheça bem, que aprenda com as experiências, que saiba o que lhe faz bem e o que faz mal. Claro que quanto mais experiências você viver, mais a simples idéia de que se aprende vivendo se aplica e ajuda. É fundamental aprender a fazer uso do que passou, pode ser muito útil em uma próxima escolha.

Alguns são exigente demais, criam filtros, critérios e peneiras que mais servem como barreiras contra relacionamentos e distanciam pessoas que poderiam ser muito interessantes. São tão exigentes em suas escolhas que se perdem no meio do caminho, se perdem em meio a tantos obstáculos impostos e terminam com a sensação que não existe ninguém legal com quem se relacionar. Acreditam que esse mecanismo os levará ao amor ideal quando na verdade o que vimos acontecer é o inverso, pessoas queixosas, insatisfeitas e sempre infelizes com aqueles que surgem ao redor.

Existem os traços inconscientes das escolhas e é preciso ter alguma compreensão sobre eles. Nem sempre é fácil percebê-los, mas nas situações onde se repetem as mesmas frustrações, os mesmos dramas, os mesmos problemas de relacionamento, podemos dizer que aí nesse ponto algo inconsciente está atuando, seja um modelo de relação que tenha vivido em sua família, seja um nó da sua personalidade, seja um mesmo perfil de namorado. Fato é que algo essa repetição está te mostrando algo, pare e preste atenção.

Para encontrar uma pessoa interessante, para amar alguém é preciso que haja uma percepção ampla sobre si mesmo e suas escolhas, os critérios são sim importantes, mas não podem fechar portas, é necessário o uso do bom senso, da intuição, do livre canal para o afeto encontrar espaço e se manifestar.

Parece existir atualmente uma proteção exagerada contra as relações, um medo de se tornar frágil, sem controle, vulnerável ao amor. Me parece um marco dessa geração, das pessoas que buscam, mas criam elas mesmas inúmeros impedimentos, daqueles que entram em sites de relacionamentos, frequentam festas e lugares onde existem solteiros e quando se deparam com uma chance dizem o quanto que temem sofrer ou se defendem dizendo que desejam apenas aproveitar a solteirice. Aquele que muito teme sofrer, que muito teme se relacionar também teme amar, já que o amor é um risco, uma entrega sem garantias, sendo entretanto um encontro fundamental para o ser humano.

O encontro com o "interessante" é acima de tudo o encontro com a sua capacidade em se permitir ser feliz. Aquele que despertou algo em você se tornará verdadeiramente interessante no momento em que as portas para um relação estiverem abertas. O interessante pode estar na surpresa, no inesperado, no pouco programado e pouco planejado, está na forma saudável de enxergar o mundo e na forma saudável de nele se viver.

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abraços,
Ada e Kellen

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

VAMOS FALAR DE AMOR



Encontros e desencontros sempre fizeram parte de nossa vida, assim como o amor, do qual ficamos à procura na esperança de que a qualquer momento encontraremos o ser amado, o complemento que falta para dar sentido a nossa vida. Um encontro perfeito calcado na idealização de uma garantia de felicidade eterna e numa completude jamais imaginada.

Freud, em um trecho citado no Mal estar da civilização, mostra-nos um pouco dessa completude que tanto buscamos no ser amado quando diz: “Quando um relacionamento amoroso se encontra em auge, não resta lugar para qualquer outro interesse pelo ambiente, um casal de amantes se basta a si mesmo(...)

Mas então, o que seria o amor?

O amor consegue ser simples quando o sentimos e complexo ao tentarmos descrevê-lo. Assim como a meta da pulsão é satisfazer-se, a meta do amor é encontrar-se. E nós, divididos como estamos, caminhamos infatigavelmente a procura da nossa outra metade.

O sujeito apaixonado percebe o outro como um Tudo e o ser amado passa a ser a causa animadora dos nossos próprios desejos. Na ilusão de um ser total completo, no qual nada falta, que lhe pode dar tudo e negar nada.

Nas relações amorosas, cria-se uma dependência do outro, um momento em que há um estado de fusão. A perda desse amor pode levar a uma desilusão, que vai demandar defesas narcísicas e marcar a personalidade. Marcará também a busca de um amor primitivo, com necessidade de fusão, talvez na tentativa de continuar o processo que foi interrompido.

A partir daí, podemos ver uma suposta causa de inúmeros sofrimentos de amor, onde o ser apaixonado tenta alcançar no outro um gozo impossível. O amor envolve a dependência e a possibilidade da perda. Tanto nos apanha em seus braços fortes e nos carrega rumo ao encantamento, como nos permite o contato com intensos sofrimentos.

Quando estamos em “busca do amor”, estamos em risco. Essa procura nos convida a fazer uma aposta onde nos colocamos em jogo, no qual estaremos fadados a perder ou ganhar. Diante desse convite que a vida nos oferece, será que estamos preparados para perder? A resposta, porém é clara, não estamos preparados para o fracasso!

A perda de um amor ou dificuldades em tolerar o sofrimento decorrente das frustrações das expectativas em um relacionamento amoroso, trás a nós um esvaziamento. Assim, buscamos reaver o que perdemos ou compensar aquilo que nos falta.

A desejada captura da ‘essência do outro’ na verdade refere-se à uma busca de nós mesmos. Sócrates no texto ‘Banquete’ leva seus ouvintes à conclusão de que o amor não pode ser belo, pois ama-se sempre aquilo que lhe falta e o amor, que ao belo sempre ama, (quem ama o feio, bonito lhe parece) só pode então ser destituído de beleza. Neste sentido o amor mostra uma de suas facetas mais narcísicas: a pessoa dirige seu amor ao que ‘ela própria gostaria de ser’, e porque não dizer como Sócrates: “ao que ela própria gostaria de possuir”.

Mas acima de tudo o que precisamos entender é que amar é também arriscar a viver em um mundo de possibilidades e que não podemos viver no lugar do outro algo que lhe é próprio, que não podemos apartar o sofrimento de quem quer que seja, no máximo, acompanhá-lo.

E diante de tantos desencontros, por que será que continuamos nossa incessante busca por nossa “cara metade”? Deixe sua opinião.